Câmera feita de papelão, fita adesiva e Lego (Foto: Dominique Vankan)
Criado em maio, o álbum do projeto já tem mais de 5.700 visualizações
no Flickr. Mas não foi pensando em repercussão que Dominique construiu a
máquina de 4×5 polegadas. A intenção era produzir sua primeira placa
autocromo antes de 2013, que seria usada para retratar os super-heróis
da vida real como trabalho final da faculdade de fotografia, que cursa
há quatro anos. “Neste caso, eu não vou cumprir o prazo. Então eu
preciso encontrar um outro assunto para usar o autocromo”, disse ao TechTudo,
complementando: “Não tem sentido recriar uma técnica só porque você
pode. O custo é muito mais barato do que comprar uma Graflex ou algo do
tipo. Caso contrário, eu teria comprado uma.”
Foto tirada com a câmera do 'The Autochrome Project' (Foto: Dominique Vankan)
Seu fascínio por essa técnica surgiu durante uma palestra sobre fotos
antigas. “Não sou um grande fã de fotografias coloridas. Mas quando eu
vi as placas autocromo pela primeira vez, fiquei fascinado pelas cores. É
difícil descrevê-las. É o mesmo sentimento que tenho com as fotos de
Saul Leiter, um dos meus fotógrafos favoritos.” O método clássico, por
sinal, foi o que motivou o artista a ingressar na Escola Superior de
Anderlecht, Bruxelas, para compreender a “arte de desenhar com a luz”.“Queria estudar a técnica analógica. Hoje em dia é tudo digital, mas você aprende mais com a forma antiga. Antes disso, eu tinha uma câmera para documentar grafite e edifícios velhos e abandonados”, contou Dominique, que ainda não atua profissionalmente na área. Mesmo não trabalhando como fotógrafo, ele tem vários outros ensaios, nos quais utiliza diversos modelos de câmeras, dependendo do objetivo.
“Uma das minhas câmeras favoritas é uma Canon A-1. Eu costumava usar uma Nikon D90 para projetos com prazos curtos, mas ela foi roubada, então agora eu pego uma Nikon D700 emprestada com a Academia. Para o projeto com os super-heróis da vida real, vou usar uma Rolleiflex de 1938 (aquelas cujas lentes não são revestidas, e assim as cores mudam). Eu também gosto de usar um Hasselblad para fazer retratos. Quando estou caminhando gosto de levar a câmera pinhole de caixa de fósforo, porque é muito, muito leve.”
A última máquina da lista, a propósito, também foi construída com suas próprias mãos. Mas, infelizmente, Dominique não pretende revelar o passo a passo da fabricação de nenhuma delas. “Não quero gastar tempo fazendo isso (mostrar o processo). Nem mais, nem menos. Mas cada câmera tem mesmo princípio. Uma caixa escura, com um pequeno orifício para a luz entrar”.
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Primeiro retrato tirado com a câmera de papelão (Foto: Dominique Vankan)
Sétimo teste feito com máquina de autocrome (Foto: Dominique Vankan)
Oitavo teste, que apresentou problemas (Foto: Dominique Vankan)
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