Um pesquisador americano acredita que o
Twitter
pode ter um uso muito mais sério do que meramente se comunicar com
amigos ou interagir com celebridades: rastrear doenças. Em 2012, Adam
Sadilek e sua equipe da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, nos
Estados Unidos, analisaram 4,4 milhões de tuítes de mais de 600.000
usuários da cidade durante um mês. Com isso, eles foram capazes de
acompanhar como a gripe se espalhou, usando um “mapa de calor” de
usuários que se queixavam de estarem doentes.
O mapa mostra a gripe se espalhando por Nova York. As áreas em vermelho são as mais afetadas (Foto: Reprodução)
O modelo foi construído capacitando o computador para ignorar tuítes de
pessoas saudáveis, assim como aquelas que diziam estar “doente” por
determinada música, por exemplo. Assim, a inteligência artificial
detecta somente quem realmente está gripado. "Nossos modelos permitem
que você veja a propagação de doenças infecciosas, como gripe, ao longo
de uma população real observada através da mídia social online”, afirmou
Sadilek.
O pesquisador afirmou ainda que a chave para seu sistema são as
amizades. “Dado que três dos seus amigos têm sintomas de gripe, e que
recentemente você tenha se reunido com oito pessoas, possivelmente
estranhos que se queixavam de ter coriza e dores de cabeça, qual é a
probabilidade de que em breve você também fique doente?".
Os tuítes foram organizados em um mapa, usado para prever quando um
usuário em particular era de alto risco de adoecimento. “Uma vez que uma
grande fração dos posts têm tags geográficos, podemos traçá-los em um
mapa e observar como as pessoas doentes e saudáveis interagem. Quanto
mais vermelha é uma área, mais as pessoas são atingidas pela gripe no
local. Mostramos emergentes padrões globais em tempo real”, explicou o
pesquisador.
Os resultados inéditos foram descritos na revista New Scientist.
Durante toda a pesquisa, o algoritmo conseguiu acertar em 90% dos casos e
com cerca de oito dias de antecedência, segundo a equipe.
Durante uma entrevista na Conferência sobre Inteligência Artificial, em
Toronto, no Canadá, o grupo responsável pelo estudo também revelou que
as pessoas que fazem exercício regularmente têm uma probabilidade menor
de ficarem doentes. Por outros lado, pessoas com status sócio-econômico
baixo são as mais propensas a adoecerem.
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