Dinamarquesa praticando salto em altura de vestido (Foto: Reprodução)A edição de 1908 é cheia de curiosidades, a começar pela escolha da cidade como sede do evento. Originalmente, as Olimpíadas aconteceriam em Roma, mas a erupção do Vesúvio fez com que o governo italiano usasse os recursos disponíveis para reconstrução de Nápoles, cidade afetada. Por isso mesmo, Londres teve apenas dois anos para se preparar para receber 22 países e 2008 atletas, o que fez com maestria. Uma prova disso foi a iniciativa, inédita até então, de confeccionar e distribuir ao público manuais com regras para cada modalidade esportiva, escritos em Inglês, Francês e Alemão.
Também foi Londres, em 1908, que inaugurou o desfile das delegações tal como conhecemos atualmente, com a Grécia abrindo a cerimônia e as bandeiras dos países. Outro legado desta edição foi a distância da maratona, de 42,195 km, mantida até hoje. Os 2,195 km adicionais – até então, os corredores percorriam 40 km – foram acrescidos à prova para que a família real pudesse acompanhar a largada dos jardins do Palácio de Verão.
O registro mais marcante dos jogos de 1908 foi protagonizado pelo maratonista italiano Dorando Pietri. Perto do fim da prova, o atleta estava completamente exausto e desorientado, o que motivou os fiscais de pista a ajudá-lo a cruzar a linha de chegada, ato imediatamente sucedido por um desmaio. A foto que eternizou este momento é considerada o primeiro grande ícone fotográfico dos esportes no século XX. Apesar do esforço coletivo, o auxílio motivou sua desclassificação, e a medalha de ouro foi para o corredor americano Johnny Hayes.
Italiano Dorando Pietri da Itália, à beira do colapso, é ajudado na linha de chegada na maratona (Foto: Reprodução)
Esgrimista britânico Cosmo Duff, à esquerda, sobreviveu ao naufrágio do Titanic (Foto: Reprodução)Por causa desta conjuntura geo-política, Alemanha e Japão não foram convidados ao evento. Ainda no campo das tensões políticas, 1948 foi o palco de estreia da primeira deserção política, protagonizada por pela presidente da Federação Internacional de Ginástica na Tchecoslováquia, Marie Provaznikova. Ela recusou-se a retornar ao país de origem alegando a falta de liberdade após a incorporação da pátria ao bloco soviético.
Mas nem só os conflitos marcaram os jogos de 1948, que inaugurou também a transmissão das competições para televisores residenciais – no Reino Unido, aproximadamente 500 mil pessoas assistiram ao torneio esportivo. Os espectadores puderam ver a performance da holandesa Fanny Blankers-Koen, um dos grandes nomes da edição. A atleta, que ganhou quatro medalhas de ouro nos 100 m, 200 m, 80 m com barreiras e revezamento 4x100 m, só não obteve mais vitórias porque na época havia uma regra que limitava a participação de mulheres em mais de três provas individuais. Casada e mãe de dois filhos, Fanny recebeu o apelido de “dona de casa voadora” e, em 1999, foi eleita "A Atleta do Século XX".
Mais fotos de Londres-1908:
Beatrice Hill-Lowe ganhou medalha de bronze no tiro com arco feminino (Foto: Reprodução)
Mergulho acrobático no White City Stadium (Foto: Reprodução)
Mestre de cerimônias usando um megafone (Foto: Reprodução)
Ginasta dinamarquesa saltando sobre o cavalo com alças (Foto: Reprodução)
Americano Ralph Rose se prepara para o arremesso de peso, em que ganhou medalha de ouro. (Foto: Reprodução)
O americano Charles Daniels ganhou cinco medalhas de ouro de natação entre 1904 e 1908 (Foto: Reprodução)
Equipe dinamarquesa de ginástica treinando (Foto: Reprodução)
Abertura dos Jogos Olímpicos de 1948 (Foto: Reprodução/National Media Museum)
Equipe britânica de natação de 1948 (Foto: Reprodução/National Media Museum)
Final feminina dos 80 m com barreiras (Foto: Reprodução/National Media Museum)
Reg Harris vence prova de ciclismo dos 1.000 m (Foto: Reprodução/National Media Museum)
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