quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Com ou sem Photoshop? Programa quantifica alterações feitas em imagens

Hany Farid e Eric Kee, professor e aluno do curso de ciência da computação da Universidade de Dartmouth, Estados Unidos, criaram um software que é capaz de medir o quanto uma foto foi digitalmente alterada. O trabalho dos pesquisadores foi publicado esta semana no jornal acadêmico The Proceedings of The National Academy Of Sciences.
Pesquisadores criam programa que revela alterações de imagens (Foto: Reprodução)Imagens photoshopadas podem ser "desmascaradas". (Foto: Reprodução)
As fotos utilizadas em campanhas publicitárias e revistas de moda e beleza são digitalmente retocadas por softwares como Adobe Photoshop. Porém, dependendo do nível de alterações feitas na imagem, o resultado pode estar muito longe da realidade.
A Associação Médica Norte-Americana adotou uma política sobre a alteração de imagens de modelos para publicidade, desencorajando anunciantes e outros órgãos e mídia a "alterarem as imagens de forma que os resultados promovam expectativas irreais da imagem corporal ideal".
Dr. Farid se interessou sobre o assunto quando soube que um grupo de feministas europeias protestaram contra os efeitos que o as campanhas com a interferência do Photoshop causavam entre as mulheres, criando uma cultura de um corpo prefeito que não existia.
Programa quantifica alterações feitas em imagens (Foto: Reprodução)Programa quantifica alterações feitas em imagens (Foto: Reprodução)

O software pode ser uma ferramenta muito importante para medir, de forma objetiva, o nível de modificação das fotos, utilizando um algoritmo que é capaz de medir as alterações digitais feitas em um rosto ou corpo.
Muitas das fotos do "antes e depois" publicadas na revista foram extraídas de sites especializados nas alterações dessas imagens, comprovando a eficiência do programa.
O algoritmo foi programado para "imitar" as percepções humanas. Para criar todas as variáveis da análise, centenas de pessoas foram recrutadas na internet para terem seus rostos registrados, treinando o software para uma análise mais precisa, estabelecendo assim a escala que determina o quanto as imagens foram alteradas. Com essa grande base de dados, o programa pode avaliar qualquer imagem, determinando se ela foi pouco ou muito alterada digitalmente.
O professor acredita que o seu software pode ser uma ferramenta de auto censura, informação e divulgação, já que algumas modelos podem querer um nível de retoque nível 1, e não um nível 5.
Além disso, pesquisas recentes realizadas por grandes revistas de moda mostram que os leitores querem celebridades com "uma aparência mais próxima da realidade" estampando as páginas de suas publicações.

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