Uma equipe de inventores, capitaneada por Rick Cavallaro, resolveu
criar um carro que viaja com a força do vento, batizado de DDWFTTW
(iniciais para a frase, em inglês, “contra o vento mais rápido que o
vento”). O resultado é um protótipo muito esguio e com uma enorme hélice
acoplada na carroceria. O carro já provou ser capaz de viajar mais
rápido que o vento mesmo indo contra ele. O projeto conta com o
patrocínio do Google e com a colaboração da San Jose State University e
seu departamento de aerodinâmica.
Extremamente leve e com uma enorme hélice propulsora, o carro desafia a lógica (Foto: Divulgação)
O feito, que pode soar um contrassenso físico, foi obtido em um
aeroporto e o carro foi capaz de viajar a uma velocidade 2,86 vezes
superior ao vento que estava enfrentando. Rick Cavallaro, engenheiro
aerodinâmico, explica de maneira bem simples o princípio físico por trás
da marca: “quando você anda de bicicleta contra o vento, por exemplo,
você não sente esse efeito a partir do momento que iguala a velocidade
do vento, mas em sentido contrário”.
O carro funciona usando um ciclo que começa com as rodas. O movimento
de cada uma delas é que gira a hélice. E o giro da hélice cria o empuxo
que move o carro que, por consequência, alimenta o movimento das rodas. É
quase uma máquina de movimento contínuo, não fosse pela necessidade de
vento. Sem vento e ar para gerar empuxo, o carro de Cavallaro não sai do
lugar. Segundo o engenheiro, criar uma transmissão capaz de converter o
movimento das rodas em movimento das hélices foi um trabalho
dificílimo, de mais de um ano.
Para andar contra o vento, usando a corrente de ar, de forma mais
rápida que ela, o carro precisa apenas de um empurrão. A partir do
momento que iguala a velocidade do vento contra o qual sopra, o carro
pode desenvolver mais velocidade. É o mesmo princípio por trás dos
barcos à vela, que mesmo contra o vento, conseguem desenvolver
velocidade.
O mais interessante na história é a forma como a ideia nasceu.
Cavallaro contou ao blog Autopia da revista Wired que defendia a ideia
de ser possível se mover contra o vento, usando sua força e, ainda
assim, ser mais rápido. “Eu esperava que as pessoas dissessem: ‘isso é
legal’, mas elas disseram ‘você é um idiota’. Isso me motivou a
construir o carro”.
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