Como funciona o mouse sem fio?

Nesse artigo, a MNATEC  explica o funcionamento dos mouses sem fio e as implicações da sua adoção no dia-a-dia dos usuários. O mouse é o dispositivo de apontamento mais popular do mercado e, por isso, existem diversos tipos e modelos disponíveis. Embora a maioria dos dispositivos seja conectada diretamente ao computador por meio de cabos e das interfaces USB e PS/2, os mouses sem fio estão se popularizando.
Atualmente, grande parte dos mouses sem fio se comunica com o computador através de radiofrequência. A vantagem da radiofrequência em relação a outros meios de transmissão no ar, como o infravermelho, por exemplo, é a comunicação sem visada direta. Quando uma tecnologia exige a visada direta entre o transmissor e o receptor, significa que eles precisam estar alinhados e sem nenhum obstáculo entre eles.

Mouse sem fio e seu receptor (Fonte: Reprodução / Wikipedia)

Os elementos de transmissão são o transmissor e o receptor. Em geral, o transmissor é integrado ao mouse e o receptor é um dispositivo que se conecta por cabo em uma das portas periféricas do computador, como a USB. O mouse grava os movimentos e cliques do usuário e os envia para o receptor. Quando recebe os dados, o receptor decodifica os dados e envia os comandos para o computador.
Analisando o funcionamento básico, observa-se que o tempo de resposta é uma desvantagem dos mouses sem fio em relação aos com cabo. Além do envio direto das informações, adiciona-se as etapas de codificação no transmissor, transmissão no ar e decodificação no receptor.
Faixas de frequências abertas
O mouse sem fio, assim como a maioria dos aparelhos eletrônicos para o consumidor final, utiliza as faixas de frequências abertas conhecidas por Industrial, Científica e Médica (ISM – Industrial, Scientific, and Medical). É o caso das redes Wi-Fi, telefones sem fio, dispositivos Bluetooth entre outros. A faixa de frequência mais utilizada pelos mouses sem fio é a faixa de 2,4 GHz. Nessa faixa, os mouses, em geral, possuem um alcance de 10 metros entre o mouse e o receptor. Esse alcance é suficiente para se utilizar o mouse para controlar uma televisão, ou utilizar o seu computador deitado na sua cama, mas, em cenários de maior densidade, como uma sala de reunião ou um escritório compartilhado, um alcance grande pode provocar transtornos.

Como os dados são transmitidos pelo ar, diversos mouses poderiam utilizar o mesmo receptor, fazendo com que alguém pudesse controlar seu computador à distância ou, simplesmente, incomodando os usuários devido às interferências com outros mouses sem fio dentro do alcance.
Para evitar esse tipo de transtorno, os mouses sem fio possuem mecanismos de pareamento, que nada mais é do que definir um código de identificação único para o mouse e o seu receptor. Com isso, o receptor aceita apenas os comandos enviados pelo mouse sem fio definido.
O procedimento de pareamento é simples. Na maioria dos dispositivos, significa segurar um botão no mouse e no receptor por alguns segundos. Alguns mouses sem fio mais novos são capazes de realizar o pareamento automaticamente.
Embora a técnica de pareamento seja eficaz contra as interferências entre mouses, ela não é segura contra um usuário mal-intencionado que deseje obter os dados transmitidos no ar ou mesmo controlar o computador. Para solucionar esse problema de segurança, alguns mouses sem fio permitem a transmissão criptografada dos comandos do mouse. Assim, mesmo que o usuário malicioso obtenha os dados, ele não é capaz de entendê-los. De maneira análoga, também não consegue enviar comandos para o receptor.
Tecnologia Bluetooth
Alguns mouses sem fio utilizam a tecnologia Bluetooth para a transmissão dos comandos do mouse para o receptor. As principais vantagens do uso dessa tecnologia são as maiores velocidades de transmissão e menor tempo de resposta para envio de comandos, o que proporciona uma experiência de uso melhor para os usuários. Outra vantagem com o uso da versão 2.1 do Bluetooth é o pareamento mais rápido, que diminui o tempo que o usuário precisa esperar para utilizar o mouse.
Como alguns computadores e laptops já possuem receptores Bluetooth, não é necessário o receptor para o mouse, o que facilita o transporte. O consumo de energia dos dispositivos com a comunicação por Bluetooth é menor, pois a tecnologia foi projetada exclusivamente para dispositivos sem fio de baixa capacidade de baterias.

Carregador por indução magnética para o MagicMouse da Apple (Foto: Divulgação)

O consumo de energia, por sua vez, pode ser o maior incômodo prático para os usuários de mouse sem fio. Em geral, eles são alimentados por pilhas, mas também existem alguns por bateria. Quanto maior a resolução ou sensibilidade do mouse, maior é o envio de informações para o receptor. A troca de pilhas ou o carregamento das baterias deve ser feito regularmente, chegando a ser necessário até a recarga todos os dias para quem usa bastante o computador. Esse incômodo não tem solução no momento e medidas temporárias para reduzir o incômodo incluem receptores com carregadores embutidos.
O ideal para solucionar esse problema é a construção de mouses carregados por energia solar ou pelo simples movimento que o usuário faz nele. Alguns mouses sem fio com energia solar já podem ser encontrados no mercado.
Portanto, os mouses sem fio são dispositivos que oferecem facilidade para usuários de notebooks e de computadores multimídia, permitindo o uso a uma distância de até 10 metros do receptor. No entanto, para computadores de mesa o uso de mouses sem fio não é indicado, pois ele perde vantagem oferecida pela portabilidade e adiciona desvantagens como as trocas de pilhas e o maior tempo de resposta.