Sua maçaneta ganhará personalidade própria com a nova tecnologia. [Imagem: CMU]
Imagine colocar o dedo sobre os lábios, em sinal de silêncio, e o seu celular entender e parar de tocar imediatamente.
Imagine a luz da sua sala diminuindo automaticamente de intensidade se você reclinar sua poltrona.
Ou então, a porta do seu quarto trancando-se automaticamente se alguém pegar na maçaneta de um jeito estranho.
A tecnologia para isso, e para um sem-número de outras "interatividades" interessantes, já existe, e se chama Touché.
Objetos com sentidos
Tecnicamente, trata-se de um sensor ao toque capacitivo, o mesmo princípio usado nas telas sensíveis ao toque da maioria dos smartphones.
Contudo, enquanto as versões mesmo dos celulares mais modernos só consegue capturar uma única frequência, o Touché monitora sinais capacitivos ao longo de uma grande faixa de frequências.
Assim, enquanto seu celular consegue plotar uma única coordenada de posição de seu dedo, a nova tecnologia consegue diferenciar a forma como você está tocando.
Por exemplo, o dispositivo consegue identificar se sua mão está pegando em uma maçaneta, ou se está tentando virá-la para a esquerda, ou se está tentando virá-la para direita, se simplesmente você colocou o dedo na maçaneta, e várias outras combinações.
Literalmente, a tecnologia permite que um objeto "sinta" como ele está sendo tocado.
São possíveis aplicações tão diferentes quanto gestos no ar ou na água. [Imagem: CMU]
Para dar outro exemplo, a sua mesa saberá se você está apoiando a palma de uma das mãos, das duas mãos, um só dedo, um cotovelo, os dois cotovelos, e assim por diante.
A grande vantagem é que os sensores capacitivos são equipamentos robustos e já bem testados, o que permite que eles sejam usados nas mais diversas condições: em objetos sólidos, no ar, ou mesmo na água.
"Em nossos experimentos de laboratório, nós conseguimos dar vida nova a uma série de objetos, dando-lhes uma sensibilidade ao toque de alta-fidelidade.
"Quando combinado com técnicas de reconhecimento de gestos, a tecnologia Touché apresentou taxas de reconhecimento próximas dos 100%," disse Ivan Poupyrev, pesquisador da Disney Research, que desenvolveu a nova tecnologia com a colaboração de cientistas das universidades de Pittsburgh e Carnegie Mellon.
Não se assuste quando sua mesa começar a falar com você. [Imagem: CMU]
Tanto o Touché quanto as telas de celulares são baseados em um fenômeno conhecido como acoplamento capacitivo.
Em uma tela sensível ao toque capacitiva, a superfície é recoberta com um condutor transparente energizado. Essa energia é alterada quando o usuário coloca o dedo na tela porque a eletricidade encontra outro caminho para percorrer.
Monitorando as variações no sinal é possível determinar as coordenadas x e y onde o toque ocorreu.
Mas monitorar uma série de frequências gera muito mais informações, além do que diferentes tecidos do corpo possuem propriedades capacitivas diferentes.
Analisar todas essas informações é uma tarefa intensiva em processamento, mas os pesquisadores afirmam que o avanço nos processadores garante uma capacidade suficiente para as necessidades do Touché.
"Esta tecnologia nos permitirá no futuro descartar os teclados, mouses e mesmo as telas sensíveis ao toque," afirmou Munehiko Sato, um dos criadores da nova tecnologia.
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