Estão sendo testadas duas versões dos robôs, uma passiva, que apenas
flutua na água (esquerda), e outra mais aprimorada, dotada de motores
(direita) para tentar se livrar dos enroscos normalmente encontrados nos
rios.
[Imagem: Jonathan Beard]
Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, jogaram 100 robôs no rio.
Mas não se trata de um descarte irresponsável, mesmo porque os robôs são novinhos em folha.
O objetivo do experimento inédito, chamado Rede de Sensores Flutuantes, é avaliar o uso de robôs autônomos para o monitoramento de rios.
Centenas de sensores integrados, movendo-se pelos cursos d'água, podem dar novas informações sobre processos que são influenciados pelo próprio movimento da água, como a dispersão de poluentes, marés de algas, migração de peixes e a interação de água doce e água salgada na foz dos rios.
"Nós estamos colocando a água online," disse Alexandre Bayen, coordenador do projeto. "Monitorar o suprimento de água é crítico para o público, para os pesquisadores e para as agências governamentais, que hoje dependem de estações fixas que não geram dados suficientes para modelagem e previsão."
Ele afirma que, quando totalmente desenvolvido e testado, o sistema também poderá ser usado na ocorrência de acidentes ambientais, como vazamentos de substâncias perigosas, quando os robôs poderão ser lançados em poucas horas, gerando dados online sobre o espalhamento dos contaminantes.
Enrosco
Já existem robôs submarinos monitorando todos os oceanos, mas os cursos d'água possuem desafios diferentes, que os pesquisadores estão tentando avaliar nesse primeiro teste.
Um desses desafios é a probabilidade muito alta de que alguns robôs enrosquem pelo caminho.
Por isso os pesquisadores construíram duas versões dos robôs, uma passiva, que apenas flutua na água, e outra mais aprimorada, dotada de motores.
Os testes dirão se vale e quando vale a pena usar cada um deles.
Um
aplicativo permite que os pesquisadores monitorem a frota inteira de
robôs em um mapa na tela. [Imagem: Roy Kaltschmidt/LBNL]
Outro desafio é confiabilidade na transmissão dos dados coletados para a central.
Como há muitas cidades pelo caminho dos rios, todas supridas com telefonia móvel, os cientistas resolveram facilmente o problema dando um telefone celular para cada robô.
Eles usaram smartphones que já vêm equipados com módulos GPS, que se encarregam de fornecer, juntamente com os dados coletados da água, a posição exata onde cada leitura foi feita.
Tanto os celulares como os robôs estão usando plataformas de código aberto, rodando programas específicos para o projeto.
A cada poucos segundos, os celulares transmitem seus dados para a central, atualizando o banco de dados.
Um aplicativo permite que os pesquisadores monitorem a frota inteira de robôs em um mapa na tela, parecido com os dados dos aviões nas telas dos controladores de voo.
Pescaria de robôs
Outra diferença em relação ao monitoramento do mar com robôs é que os robôs fluviais precisam ser "pescados" ao final das missões, o que encarece o serviço.
"No futuro, o custo e o tamanho dos robôs vão diminuir, enquanto o desempenho e a autonomia vão aumentar, permitindo o monitoramento em escalas sem precedentes," prevê Bayen.
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