O chip de silício medindo 8mm x 4mm contém apenas 3 qubits. Um sistema equivalente que alcançasse 250 qubits teria mais dados (0s e 1s) do que há estrelas no Universo. [Imagem: IBM Research]
Cientistas da IBM anunciaram avanços importantes rumo à construção de um computador quântico - ou, pelo menos, de um computador híbrido eletrônico-quântico.
Os avanços foram conseguidos na correção de erros e na manutenção da integridade dos dados gravados nos bits quânticos, os qubits.
Dentre as várias tecnologias sendo pesquisadas para a computação quântica, Matthias Steffen e seus colegas optaram pelos qubits supercondutores.
A principal vantagem dessa plataforma é que os futuro chips quânticos poderiam ser construídos com a mesma tecnologia hoje usada para o silício, o que pode facilitar sua construção em larga escala.
Um dos maiores desafios a vencer no caminho de uma computação quântica prática é a chamada decoerência quântica - essencialmente a perda dos dados dos qubits, que pode ser induzida por defeitos no material, por radiação eletromagnética, ou até mesmo pelo calor.
É necessário manter os dados em cada qubit, de forma confiável, por um tempo longo o suficiente para que esses dados possam ser usados para a realização de cálculos.
Tempo de vida dos dados
A equipe da IBM agora alcançou um tempo de vida do dado no qubit de 100 microssegundos, mais do que o dobro do melhor resultado obtido anteriormente.
O feito foi obtido em um sistema de qubits 3-D, ou qubits supercondutores, um esquema proposto por uma equipe da Universidade de Yale há cerca de dois anos.
Em um experimento separado, usando qubits 2D, o tempo de vida do dado no qubit alcançou uma ordem de magnitude a menos, ou seja, 10 microssegundos.
Estes são os dois qubits 3D, feito de materiais supercondutores contidos em uma cavidade que mede 3,8 centímetros. O qubit propriamente dito mede 1 mm, mas espera-se que a miniaturização possa ser aplicada a todo o conjunto. [Imagem: IBM Research]
Os ganhos foram testados em um sistema de apenas dois qubits, realizando uma operação lógica chamada CNOT (NOT controlado).
Graças ao longo tempo de vida do qubit - aquele dos 10 microssegundos - a operação alcançou uma taxa de sucesso de 95%.
Computador híbrido eletrônico-quântico
O grupo acredita que o tempo de vida do qubit permitirá a implementação futura de esquemas de correção de erros - um sistema de correção de erros exige um mínimo de 3 qubits.
O objetivo final é eliminar as taxas de insucesso, aproximando a confiabilidade das operações dos 100%, como é necessário em um computador prático.
Para entender melhor essa busca por robustez para os bits quânticos, veja a matéria:
Segundo a empresa, transistores quânticos estarão nos computadores por volta de 2017.
Esse foi também o caminho seguido pela D-Wave, a primeira empresa a colocar um processador híbrido quântico-eletrônico no mercado.
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