Publicação será 100% digital e visa acompanhar crescente domínio do mercado editorial online
Ángel Franco/The New York Times
Acervo de enciclopédias britânicas da livraria de Nova York (Ángel Franco/The New York Times)
A Enciclopédia Britânica, a mais antiga do mundo em inglês, anunciou, nesta quarta-feira (14), que vai acabar com a publicação em papel de suas edições e se concentrar na oferta de conteúdo digital. Será a primeira vez em 244 anos que o exemplar não estará disponível na forma impressa. A primeira edição foi publicada em 1768, em Edimburgo, na Escócia.
A decisão visa adaptar a companhia responsável pela publicação ao crescente domínio do mercado editorial digital e a concorrência de sites como o Wikipédia, disse o presidente da Enciclopédia Britannica, Jorge Cauz, em entrevista ao New York Times.
"É um rito de passagem para uma nova era. Algumas pessoas vão se sentir tristes e nostálgicas por isso. Mas nós temos uma ferramenta melhor agora. O site é atualizado continuamente, é muito mais extenso e conta com conteúdos multimídia", afirmou.
Na década de 1950, a Enciclopédia Britânica se tornou extremamente popular pelo seu conteúdo direcionado ao público culto e pelo status que causava à classe média. No entanto, desde o surgimento da internet, os livros de referência para todos os assuntos do domínio humano acabaram ultrapassados pelos seus rivais da era digital – mais populares e gratuitos.
A demanda por enciclopédias colecionáveis foi caindo vertiginosamente nos últimos anos e, hoje, representa menos de 1% da receita da empresa. De acordo com o New York Times, cerca de 85% vêm da venda de produtos escolares e o restante de assinaturas do site.
Atualmente com sede em Chicago, nos Estados Unidos, a Enciclopédia Britannica vai manter a venda de edições impressas até o estoque atual - de cerca de 4.000 conjuntos – acabar. Depois, a companhia se concentrará em sua enciclopédia digital e na elaboração de material para escolas. Os conteúdos serão todos pagos com exceção de alguns poucos artigos gratuitos
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