segunda-feira, 26 de março de 2012

Carapaça de escorpião inspira escudo biônico para máquinas


Carapaça de escorpião inspira escudo biônico para máquinas
Mapeamento do escudo biônico natural do escorpião do deserto, que recobre suas costas e a parte superior de suas patas. [Imagem: Zhiwu et al./Langmui]
Escudo biônico
O escorpião do deserto (Androctonus australis) pode parece pouco inspirador para a maioria das pessoas, mas não para Han Zhiwu e seus colegas da Universidade Jilin, na China.
Inspirando-se no "escudo biônico" natural que o animal usa para se proteger contra as tempestades de areia do deserto, os cientistas desenvolveram uma nova forma de proteger máquinas e motores do desgaste.
Han e seus colegas explicam que a "erosão por partículas sólidas" é uma das principais causas de danos materiais e das falhas em equipamentos mecânicos, de simples canos e engrenagens a turbinas eólicas e bocais de foguetes.
Em alguns casos, filtros podem ajudar a remover as partículas, como nos motores de carros, mas ter superfícies mais resistentes à erosão pode ser uma opção mais simples e mais econômica na maioria dos casos.
E o escorpião do deserto parece ser especialista nisto, já que ele possui uma carapaça que evoluiu para permitir que ele sobreviva ao poder abrasivo das tempestades de areia.
Resistência à abrasão
Embora a carapaça do escorpião seja feita de um material duro, isso não é capaz de explicar toda a sua resistência à abrasão.
Os cientistas usaram então um scanner a laser 3D para fazer um mapa de alta precisão da superfície da carapaça do escorpião, que é cheia de microtexturas.
A seguir, eles fizeram uma simulação em computador para ver como a areia impacta sobre as diversas ranhuras da carapaça.
De posse desses dados iniciais, a equipe desenvolveu diversas variações da estrutura rugosa do animal, e partiu para os testes práticos, com várias intensidades de impacto de partículas.
"Os resultados mostraram que superfícies microtexturizadas apresentam melhor resistência à abrasão do que as superfícies lisas," escreveu o grupo.
Os pesquisadores concluíram que uma série de pequenos sulcos em um ângulo de 30 graus em relação ao fluxo de partículas dá a superfícies de aço a melhor proteção contra a erosão.

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