A versão usada no teste ainda é pequena, para 20 doses, mas a empresa afirma estar trabalhando em uma versão para 400 doses. [Imagem: Farra et al./Science/AAAS]
Pacientes com osteoporose logo poderão trocar as injeções diárias por um biochip implantável.
Essa verdadeira "farmácia em um chip" libera os medicamentos por meio de um controle remoto externo, ou de forma programada.
O primeiro teste em humanos do biochip implantável e controlado remotamente foi realizado com sucesso na Dinamarca.
"Os pacientes não vão mais precisar se lembrar de tomar os medicamentos, e não vão mais passar pela dor de tomar múltiplas injeções," afirmou o Dr. Robert Farra, do MIT, que desenvolveu a tecnologia com colegas de várias outras universidades.
Apesar de ter sido testado em pacientes com osteoporose, o aparelho poderá ser usado também em outras doenças crônicas, como esclerose múltiplas, doenças cardíacas ou mesmo câncer.
Medicamento automatizado
Ao contrário da maioria dos outros dispositivos de aplicação automática de medicamentos, que liberam pequenas doses continuamente ao longo do tempo, o biochip libera o remédio quando recebe o comando do sistema de controle externo, que opera sem fios.
Ao receber o comando, o implante libera rapidamente o medicamento na corrente sanguínea.
Mas não é preciso "apertar o botão do controle remoto" todas as vezes: a liberação pode ser programada no próprio biochip, ou no aparelho de controle externo, liberando o paciente da preocupação com os horários.
"Os médicos vão poder ajustar as terapias dos seus pacientes usando uma conexão pela internet ou pelo celular," prevê o Dr. Farra.
O corpo das pacientes desenvolveu uma membrana que recobriu todo o biochip implantado. Mesmo assim, os resultados foram positivos. [Imagem: M. Scott Brauer/MIT]
O medicamento fica depositado no interior de pequenos furos, cobertos por uma nanocamada de ouro ou de uma liga de platina e titânio.
Essa nanocamada é forte o suficiente para manter o medicamento bem guardado, mas funde-se quando é submetida a uma corrente elétrica, liberando o remédio.
A versão usada no teste ainda é pequena, para 20 doses, mas a empresa emergente MicroCHIP, que os pesquisadores criaram para comercializar a tecnologia, afirma já estar trabalhando em uma versão para até 400 doses.
O teste foi considerado um sucesso, embora o corpo das pacientes - 7 mulheres entre 65 e 70 anos - tenha desenvolvido uma membrana fibrosa, à base de colágeno, que recobriu todo o biochip implantado.
Aparentemente isto não atrapalhou a liberação da droga teriparatide, padrão no tratamento da osteoporose - o tratamento teve resultados similares aos obtidos com a aplicação do medicamento por injeções.
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