Os preços só caem, com promoções tentadoras ou mesmo parcelas a perder de vista. Você se vê empolgado e começa a pensar seriamente em comprar uma nova televisão para a sua casa e resolve escolher um modelo LED. Mas vá com calma - não dá para se basear apenas no preço do aparelho, é preciso saber escolher bem entre as várias opções disponíveis no mercado para que você não se arrependa depois. Mas como fazer isso?
TV LED 40’ Philips 40PFL6605D (Foto: Divulgação)
Primeiro, é preciso saber o que você está comprando. O LED, criado em 1920 pelo russo Oleg Vladimirovich, é uma sigla em inglês para um componente eletrônico chamado Diodo Emissor de Luz (Light-Emitting Diode) que, na prática, substitui lâmpadas maiores, com efeito melhor e menos consumo de energia. As TVs que também utilizam essa tecnologia são as LCD ("tela de cristal líquido", em português), mas com uma iluminação traseira muito mais eficiente do que modelos comuns.
Isso significa que as imagens ficarão mais vivas, bonitas e com um detalhamento maior, além de proporcionar um design mais fino, com espessura menor, e maior vida útil do aparelho. Mas também acaba pesando no bolso, embora estejam com o preço cada vez mais acessível.
Por isso, veja aqui algumas dicas para você saber o que procurar e o que evitar nos modelos que vai comprar, explicando o que quer dizer algumas das especificações técnicas e como elas afetam a qualidade final do televisor. É bom sempre procurar por essas informações, já que elas são determinantes para a qualidade do produto final (e se a loja ou fabricante estiverem omitindo números, desconfie).
Contraste
Essa é uma das grandes vantagens dos modelos LED. Com essa tecnologia, as TVs podem oferecer um nível de preto mais fiel, assim como um branco melhor. Isso não é preciosismo, já que uma LCD comum pode ter algum problema com imagens muito escuras, ainda mais se o aparelho está em algum cômodo da casa que tenha muita incidência de luz.
Ainda assim, alguns modelos de LED no mercado possuem níveis de contraste dinâmico semelhantes ao de LCDs comuns, com uma taxa de apenas 8.000:1. Para comparação, a TV LED 42LE5300 da LG tem contraste dinâmico de 3.000.000:1, enquanto a Samsung LED TV 3D Série 8000 tem 8.000.000:1.
Nesse quesito, quanto maior a taxa, melhor e mais nítida será a imagem e a variação de cores. Por isso fuja das que exibirem pouco contraste.
Frequência
Medida em Hertz (Hz), corresponde à quantidade de imagens por segundo que o aparelho é capaz de exibir. Aqui vale a mesma máxima do contraste: quanto maior, melhor. Isso vai garantir uma movimentação com muito mais fluidez, inclusive em cenas panorâmicas lentas (como tomadas aéreas).
Procure por modelos com no mínimo 120 Hz, e preferencialmente com 240 Hz ou mais. TVs LCDs antigas possuíam 60 Hz e sofriam com a movimentação pouco natural, então é bom evitar aparelhos LED atuais que ainda trazem essa frequência.
Tempo de resposta
Diz respeito ao tempo em que os pixels (cada quadradinho da tela) levam para apagar e acender e é medido em milissegundos (ou seja, 0,001 segundo). Ao contrário da taxa de frequência, aqui o melhor é procurar pelo menor valor possível.
O modelo 32LE4600 Infinita da LG possui tempo de resposta de 2,4 ms, considerado bom para o padrão das LEDs. O ideal é que seja um valor igual ou menor do que 4 ms, para evitar a incidência de "fantasmas", ou seja, rastros que algum objeto em movimento (seja uma pessoa correndo, seja uma bola de futebol) deixa na tela, borrando toda a imagem.
Brilho
Voltamos à máxima: quanto maior melhor. O brilho é medido em candelas por metro quadrado (cd/m²), ou seja, a luminância em relação ao espaço que alcança. Então, se chegar mais longe e com mais vivacidade, será uma qualidade mais fiel à realidade.
As TVs LED podem ter, em média, algo entre 500 cd/m² de brilho, considerado já uma boa taxa. Menos do que 450 cd/m² já não é uma boa pedida.
Resolução
É a quantidade de pixels (ou seja, quadradinhos que compõem a imagem) que o display consegue exibir. Também é melhor aqui ter a maior quantidade possível, mas há um padrão atual na indústria. Não aceite nada menos do que um modelo "Full HD", ou seja, com a resolução 1980 x 1080 pixels (também representado como "1080p"). Não há mais razão para comprar aparelhos menos potentes, já que os preços já se equivalem.
Além disso, se não exibir a qualidade Full HD, provavelmente você estará comprando um modelo antigo em promoção para esgotar o estoque. Desconfie muito disso e prefira pagar um pouco mais ou sacrificar o tamanho da tela (mais vale uma de 32" com 1080p do que uma 40" de resolução inferior).
Philips Cinema (Foto: Divulgação)
Se quiser se aventurar, você pode tentar o modelo da Philips Cinema de 58 polegadas, com resolução de 2560 x 1080p. A diferença é que horizontalmente a tela é maior, alterando a proporção de 16:9 das TVs atuais para 21:9, formato original de filmes no cinema. O ponto negativo seria justamente a programação comum da televisão, que fica muito pequena no display enorme.
Tamanho da tela
A tentação de comprar o maior modelo possível é grande, mas pense bem antes de fazer isso. Caso o espaço seja pequeno e a TV fique próxima ao ponto de visualização (seja no sofá, na cama ou onde você preferir), uma tela enorme só prejudicará a sua visão e comprometerá a qualidade da imagem, mostrando detalhes pixelados (objetos em forma de blocos).
A fabricante Philips criou uma tabela que indica a relação da distância do telespectador com o tamanho do display. Tome isso como base e você ficará satisfeito com um tamanho mais adequado - talvez, até, você estará gastando até menos com um aparelho de tela menor.
Mas é também recomendável ao menos uma TV de 32" para jogar videogames na sala, já que alguns detalhes em títulos do tipo FPS (de tiro em primeira pessoa) são difíceis de enxergar em telas menores. A chave mesmo é utilizar o bom senso e não se empolgar demais com displays enormes nas lojas, a menos que seja compatível com o tamanho do cômodo da sua casa.
Conversor digital
Já se foi a época em que ter uma TV com o infame slogan "HDTV Ready" era um bom negócio. Hoje, comprar um aparelho sem o conversor para o sinal digital aberto não é aconselhável, pois a maioria dos modelos atuais já o possui. Mesmo que sua cidade ainda não tenha a DTV, pode ter certeza que em breve ela será oferecida e você vai acabar se beneficiando com uma imagem perfeita, além da alta resolução em vários programas.
De qualquer forma, saiba que a TV digital exige uma antena para funcionar. Uma simples dá conta do recado em lugares com boa recepção, mas em locais mais afastados pode ser necessária uma antena UHF com reforçador de sinal. Separe algum dinheiro para isso, mas faça primeiro o teste com as antenas mais simples.
Modelos mais recentes exibem a compatibilidade com a DTVi, que traz interatividade à programação, como enquetes em partidas de futebol e informações sobre os personagens da novela. Mas é bom lembrar que a opção aparece como um intrusivo "i" no canto superior da tela e pode acabar incomodando. Procure modelos que ofereçam a possibilidade de desligar a função ou ocultar o ícone.
Som
Aí vai depender do que você pretende fazer. Se a ideia é colocar a TV ligada permanentemente a um Home Theater ou sistema de som robusto, não faz tanta diferença. Mesmo assim, é bom pensar de que forma você ligará o equipamento, pois é preciso ter saídas de alta definição (como HDMI ou cabo óptico - os mais recomendados) ou ao menos a convencional com seis cabos para o sistema 5.1.
Caso contrário, é melhor apostar em modelos que possuam ao menos 20 W (watts) de potência, de preferência com recursos avançados como subwoofer (que proporciona mais graves) para poder aproveitar melhor os filmes e videogames. Lembre-se que, ainda assim, a TV jamais terá a qualidade de som ou amplitude de um bom home theater.
Demais considerações
É sempre bom ter muitas portas HDMI para poder conectar equipamentos como Blu-ray players, videogames e home theaters ao mesmo tempo. Outra boa opção é ter conexão à internet para poder acessar sites como YouTube e a Globo.com diretamente do aparelho. Se possível, preste atenção também no consumo de energia: LEDs tendem a ser mais econômicas, mas algumas são mais do que outras.
Preocupe-se também com o espaço onde a nova TV ficará. Um móvel adequado para deixar o aparelho na altura dos olhos é indicado, mas pense também que a maioria dos modelos permite a fixação na parede por meio de suportes (a base é removível). O LED, mais do que as outras telas finas, tem uma espessura mínima e vai proporcionar muito mais ganho de espaço na sua sala ou quarto.
Por fim, tenha em mente que a qualidade da imagem também depende da fonte: seja o sinal de TV (alguns canais exibem imagens apenas em widescreen, sem a resolução 1080i da DTV), um filme (DVDs geralmente só apresentam a resolução 480p, enquanto Blu-ray e arquivos específicos como MKV e MP4 podem exibir Full HD) ou um game (consoles como o Nintendo Wii ou os mais antigos não possuem suporte à alta definição).
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