segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Futuros submarinos norte-americanos serão virtualmente indetectáveis

A Marinha norte-americana poderá ter a seu dispor uma nova frota de submarinos nucleares com enormes vantagens estratégicas perante as outras nações. O programa que visa substituir a atual classe Ohio promete um redesenho radical nos sistemas de propulsão das embarcações, eliminando fontes de ruídos e garantindo que as naves sejam quase impossíveis de se identificar quando submersas.
Projeto prevê a substituição dos atuais Ohio com submarinos muito mais eficientes (Foto: Reprodução)Projeto prevê a substituição dos atuais Ohio com submarinos muito mais eficientes (Foto: Reprodução)
Quando submersos, submarinos duelam com outras embarcações numa guerra de nervos. Ganha o submarino mais silencioso, que ilude os sonares adversários, tornando sua identificação mais difícil. Para reduzir o nível de barulho da próxima classe, os projetistas desenvolvem um sistema de propulsores com menos partes móveis, com menos mecânica envolvida, e a expectativa é que o nível de ruídos diminua.
Como o som se propaga a velocidades muito superiores na água, qualquer ruído no interior do casco pode ser facilmente identificável por um inimigo. Atualmente, um submarino nuclear usa um reator para aquecer água. A água vira vapor, que sob alta pressão move os propulsores e geradores de energia elétrica, fundamentais para a vida a bordo. Toda essa energia, empregada para tirar da imobilidade embarcações que pesam 20 mil toneladas, passa por uma série de conversores de torque e engrenagens, que são fontes de ruído.
A ideia é eliminar o problema acabando com as conexões mecânicas e sua tendência ao barulho. Para chegar nisso, o projeto prevê a criação de uma espécie de rede elétrica, envolvendo todo a a embarcação. Dessa forma, a energia gerada pelo reator poderia ser transmitida diretamente aos propulsores, fazendo do submarino um veículo elétrico. Além disso, a rede serviria para canalizar eletricidade para os sistemas de bordo, como computadores, sensores, armamentos, manutenção de vida e conforto, por exemplo.
Além do aprimoramento tecnológico em termos de transmissão de energia e propulsão, a Marinha norte-americana quer submarinos que possam ser usados por 50 anos. Para chegar lá, novos reatores serão desenhados para substituir os atuais, cujos projetos ainda são da época da Guerra Fria. Menos eficientes, esses reatores demandam um reabastecimento ao longo de sua vida útil. O processo de remoção do lixo radioativo, troca do combustível e readequação do encapsulamento de um desses reatores leva três anos e tem custos orçados na casa dos bilhões de dólares.

Com um reator novo, usando novas tecnologias e com foco maior na eficiência, os norte-americanos serão capazes de eliminar a necessidade de reabastecimento de combustível dos submarinos balísticos nucleares, estendendo sua vida útil para meio século. Caso não ocorram arrochos orçamentários, o primeiro submarino nuclear de propulsão elétrica da marinha norte-americana deverá realizar sua primeira patrulha apenas em 2031. O projeto, que já sofreu cortes, está orçado em US$ 4,9 bilhões.

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