De chip a GPS, tecnologias devem ajudar árbitros e técnicos de futebol

O uso da tecnologia no futebol é sempre um assunto controverso, mas a cada ano surgem novas alternativas com o objetivo de facilitar a arbitragem e o treino dos atletas. Prepare-se para a temporada de Campeonatos Estaduais que começa neste final de semana e confira algumas apostas que podem virar regra no esporte que é paixão nacional.
GLT – Tecnologia de Linha de Gol
Depois do erro na arbitragem nas oitavas de final na Copa do Mundo de 2010, a International Football Association Board (IFAB), que define as regras do jogo, começou a repensar o uso da tecnologia para auxiliar os juízes e evitar xingamentos. No jogo entre Alemanha e Inglaterra, o jogador inglês Frank Lampard chutou a gol, a bola entrou, mas depois bateu no travessão e foi para fora. Foi gol, mas o árbitro, que não tem tempo de olhar o replay, não viu.

Tecnologias GoalRef e Hawk-Eye enviam sinal ao relógio do árbitro (Foto: Reprodução/FIFA TV)

A tecnologia de linha de gol serve para ajudar os árbitros a tomarem suas decisões e foi aprovada finalmente pela IFAB em julho de 2012. Em novembro de 2012, a Fifa assinou um contrato com duas empresas que fornecem tecnologias de GLT. A GoalRef e a Hawk-Eye foram testadas no Mundial do Japão, em dezembro.
A GoalRef, idealizada pelo instituto de pesquisa alemão Fraunhofer, utiliza a indução eletromagnética para determinar se foi ou não gol. Um campo magnético é criado na área do gol e outro, na bola, por meio de um circuito eletrônico em seu interior. Quando a bola cruza a linha, a interação entre os dois campos é percebida. Um software processa os dados e emite um sinal para o relógio do árbitro. O dispositivo, então, mostra em sua tela que foi gol e vibra.

GoalRef cria campos magnéticos no gol e na bola (Foto: Reprodução/Getty Images)

A Hawk-Eye foi desenvolvido por uma empresa inglesa. Com câmeras de alta velocidade distribuídas pelo estádio, o sistema identifica sempre onde está a bola. No jogo do Mundial do Japão foram oito equipamentos instalados, enquanto no tênis, esporte que já utiliza essa tecnologia, são, em geral, dez. Além de acompanharem o movimento da bola, as câmeras enviam suas imagens para um software, que salva os dados para posterior comparação e emite um sinal para o relógio do juíz quando um jogador marcar um gol.

Câmeras de alta velocidade monitoram o jogo com o sistema Hawk-Eye (Foto: Reprodução/AFP)

Em breve, a Fifa escolherá qual dessas tecnologias será adotada na Copa das Confederações em junho deste ano e, possivelmente, na Copa do Mundo de 2014.
Sistema de Comunicação para Árbitros

Kit com rádio comunicador Vokkero
(Foto: Divulgação)

A comunicação entre a equipe de arbitragem também ajuda, e muito, a evitar erros. A principal solução utilizada pela Fifa é o rádio comunicador, com sistema Vokkero, da empresa francesa Adeunis.
Cada árbitro possui um aparelho parecido com um celular, com peso de 120 gramas acoplado no uniforme. Esse equipamento se liga a um microfone, de modo que o juiz e os bandeirinhas podem falar ao mesmo tempo. A transmissão é digital e encriptada para que não haja interrupções.
Aplicativo para celular
A empresa europeia Siine elaborou, com ajuda de árbitros da Fifa, um aplicativo para smartphone, o Referee Pro. Com o slogan “é o fim da caneta e do papel… para árbitros também”, o aplicativo pretende registrar todas as anotações do juíz, além de acabar com os cartões amarelo e vermelho.

Aplicativo Referee Pro quer substituir cartões (Foto: Divulgação)

O aplicativo já foi usado na final da Liga Mexicana de Futebol Indoor, em novembro de 2012. Para o público saber rapidamente qual cor de cartão foi escolhida pelo árbitro, o resultado é divulgado no Twitter automaticamente.
Tecnologias no treino
Antes do jogo a tecnologia também pode dar aquela ajuda para os jogadores se prepararem e os técnicos monitorarem seu desempenho. O aparelho de GPS, por exemplo, já é utilizado por várias equipes. No Brasil, o Cruzeiro foi o primeiro time a usar o dispositivo em treinamentos.
Um chip, que tem o tamanho aproximado de uma bateria de celular, em geral, é colocado no uniforme do jogador - pode ser um relógio também. O GPS monitora a distância percorrida pelo atleta, a velocidade, além da posição ocupada em campo. Todas essas informações são salvas e analisadas pela equipe posteriormente para um melhor planejamento estratégico nas próximas partidas.
Outra tecnologia inovadora de treino é o Footbonaut, já utilizada pelo time alemão Borussia Dormund. A máquina é uma espécie de arena de 14 m² que atira bolas para o jogador de diversas alturas e posições. Cabe ao craque acertar um dos 64 alvos possíveis, que são sinalizados com uma iluminação especial. Confira abaixo um vídeo do Footbonaut postado no YouTube pelo canal Football. Resta saber se a novidade chegará por aqui antes da Copa.

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