segunda-feira, 26 de março de 2012

Biossensores de nanotubos triplicam velocidade de exame


Biossensores de nanotubos triplicam velocidade de exame
Tudo foi possível porque os nanotubos de carbono apresentam uma alteração em sua resistência elétrica quando um proteína toca neles. [Imagem: Oregon State University]
Nano-biossensores
Os nanotubos de carbono possuem propriedades mecânicas e elétricas tidas como extraordinárias, o que tem levado à sua aplicação sobretudo em novos materiais e em componentes elétricos e eletrônicos.
Mas pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon, nos Estados Unidos, descobriram como tirar proveito de suas propriedades para a criação de sensores biológicos mais eficientes.
Eles conseguiram triplicar a velocidade com que seus "nano-biossensores" conseguem detectar moléculas e biomarcadores mais complexos.
Segundo a equipe, com os necessários desenvolvimentos, esses super-sensores poderão viabilizar a realização de exames clínicos na hora, no próprio consultório médico, além de servirem para aplicações em toxicologia, monitoramento ambiental e desenvolvimento de novos medicamentos.
Sensor de nanotubo
Tudo foi possível porque os nanotubos de carbono apresentam uma alteração em sua resistência elétrica quando um proteína toca neles.
Essa alteração elétrica, que pode ser medida externamente, varia de uma proteína a outra, permitindo que o sensor acuse a presença de proteínas específicas.
A grande inovação está em que os cientistas descobriram uma forma de evitar que as proteínas grudem no restante do aparato de medição, formado pelo microcanais por onde flui o líquido a ser testado - como o sangue, por exemplo.
Desta forma, elas chegam precisamente até os nanotubos, onde a medição é feita, viabilizando o uso da técnica em um aparelho portátil para a realização dos exames - eventualmente usando um biochip.
Agora a equipe quer melhorar a seletividade do sensor, fabricando nanotubos que aceitem uma proteína, mas não outras. Assim, um único sensor seria capaz de detectar múltiplos biomarcadores.

Carapaça de escorpião inspira escudo biônico para máquinas


Carapaça de escorpião inspira escudo biônico para máquinas
Mapeamento do escudo biônico natural do escorpião do deserto, que recobre suas costas e a parte superior de suas patas. [Imagem: Zhiwu et al./Langmui]
Escudo biônico
O escorpião do deserto (Androctonus australis) pode parece pouco inspirador para a maioria das pessoas, mas não para Han Zhiwu e seus colegas da Universidade Jilin, na China.
Inspirando-se no "escudo biônico" natural que o animal usa para se proteger contra as tempestades de areia do deserto, os cientistas desenvolveram uma nova forma de proteger máquinas e motores do desgaste.
Han e seus colegas explicam que a "erosão por partículas sólidas" é uma das principais causas de danos materiais e das falhas em equipamentos mecânicos, de simples canos e engrenagens a turbinas eólicas e bocais de foguetes.
Em alguns casos, filtros podem ajudar a remover as partículas, como nos motores de carros, mas ter superfícies mais resistentes à erosão pode ser uma opção mais simples e mais econômica na maioria dos casos.
E o escorpião do deserto parece ser especialista nisto, já que ele possui uma carapaça que evoluiu para permitir que ele sobreviva ao poder abrasivo das tempestades de areia.
Resistência à abrasão
Embora a carapaça do escorpião seja feita de um material duro, isso não é capaz de explicar toda a sua resistência à abrasão.
Os cientistas usaram então um scanner a laser 3D para fazer um mapa de alta precisão da superfície da carapaça do escorpião, que é cheia de microtexturas.
A seguir, eles fizeram uma simulação em computador para ver como a areia impacta sobre as diversas ranhuras da carapaça.
De posse desses dados iniciais, a equipe desenvolveu diversas variações da estrutura rugosa do animal, e partiu para os testes práticos, com várias intensidades de impacto de partículas.
"Os resultados mostraram que superfícies microtexturizadas apresentam melhor resistência à abrasão do que as superfícies lisas," escreveu o grupo.
Os pesquisadores concluíram que uma série de pequenos sulcos em um ângulo de 30 graus em relação ao fluxo de partículas dá a superfícies de aço a melhor proteção contra a erosão.

Nave europeia vai reabastecer e empurrar Estação Espacial Internacional



Nave europeia de reabastecimento a caminho da Estação Espacial Internacional
o ATV Edoardo Amaldi fará uma série de manobras para se encontrar com a Estação Espacial Internacional no próximo dia 28 de Março, às 19h34, no horário de Brasília, quando irá se atracar automaticamente com o módulo russo Zvezda.[Imagem: ESA]
Reabastecer e empurrar
O ATV Edoardo Amaldi (Veículo de Transferência Automatizado, na sigla em inglês) foi lançado da base aeroespacial europeia em Kourou, na Guiana Francesa, rumo à Estação Espacial Internacional.
O Veículo de Transferência Automatizado, considerada a nave espacial mais complexa já produzida na Europa, está a caminho da estação orbital para fazer o reabastecimento de bens essenciais.
A nave também ajudará a acelerar a Estação Espacial, elevando sua órbita, enquanto estiver conectado à mesma, durante os próximos 5 meses.
O ATV Edoardo Amaldi é a terceira nave, de uma série de cinco, desenvolvidas para cumprir os compromissos europeus assumidos pelos custos de exploração da Estação Internacional.
O projeto é fabricar e lançar uma nave por ano.
Nave autônoma
O ATV possui sistemas de navegação de alta precisão, software de voo altamente redundante e um sistema totalmente autônomo de automonitoramento e de prevenção de colisão, além de sistemas independentes de alimentação, controle e propulsores.
O foguete Ariane 5 começou seu voo sobre o Atlântico, em direção à Europa, levando a nave de 20 toneladas.
Uma combustão inicial de oito minutos no estágio superior levou o ATV-3 para uma órbita baixa, com uma inclinação de 51,6 graus em relação ao equador.
Depois de uma navegação de 42 minutos, o estágio superior teve nova ignição, a fim de levar a nave a uma órbita circular, a uma altitude de 260 km. Após 64 minutos de voo, a nave de fornecimento separou-se do último estágio do foguete.
Vinte e cinco minutos depois, o ATV-3 começou a abrir seus quatro painéis solares, uma operação que durou poucos minutos.
Homenagens
Agora, o ATV Edoardo Amaldi fará uma série de manobras para se encontrar com a Estação Espacial Internacional no próximo dia 28 de Março, às 19h34, no horário de Brasília, quando irá se atracar automaticamente com o módulo russo Zvezda.
O ATV-4, que será lançado em 2013, terá o nome de Albert Einstein.
O pai da teoria do Big Bang, Georges Lemaitre, terá seu nome estampado no ATV-5, ainda sem data agendada para lançamento.

Antimagneto: Invisibilidade magnética prática e simples


Antimagneto: Invisbilidade magnética prática e simples
Um objeto colocado no interior do cilindro, além do próprio cilindro, são magneticamente indetectáveis. [Imagem: J. Prat-Camps/C. Navau/A. Sanchez]
Cientistas criaram uma camuflagem magnética extremamente simples, e que foge da linha tradicional das pesquisas na área, que vinha se baseando exclusivamente nos metamateriais.
O dispositivo, que fica totalmente invisível a um campo magnético, foi fabricado com materiais comprados no comércio, o que aponta para aplicações práticas a curto prazo.
Além dos metamateriais
A ciência dos dispositivos de camuflagem, ou mantos da invisibilidade nasceu como uma curiosidade teórica há poucos anos, mas migrou rapidamente para os laboratórios, e vem atiçando a curiosidade do público e dos cientistas.
No ano passado, Alvaro Sanchez e seus colegas da Universidade Autônoma de Barcelona publicaram um artigo no qual demonstravam toda a teoria necessária para construir a camuflagem magnética, ou antimagneto, como eles chamavam o aparato.
Com suas equações embaixo do braço, os teóricos espanhóis contataram experimentalistas da Academia Eslovaca de Ciências, especialistas em medições muito precisas de campos magnéticos.
Fedor Gomory e seus colegas demoraram apenas alguns poucos meses para demonstrar o antimagneto na prática e confirmar as teorias do grupo espanhol.
O resultado é um desvio inesperado na área, mostrando que os metamateriais não são essenciais para criar invisibilidades.
Antimagneto
O manto da invisibilidade magnética, ou camuflagem magnética, consiste de um cilindro composto de duas camadas concêntricas.
A camada interna é um material supercondutor, que repele o campo magnético, enquanto a camada exterior é composta de um material ferromagnético - uma liga de ferro, níquel e cromo -, que atrai o campo magnético.
A camada supercondutora do cilindro impede que o campo magnético alcance o interior da camuflagem, mas distorce as linhas do campo ao seu redor.
A camada ferromagnética interna produz o efeito oposto: ela atrai as linhas do campo magnético, compensando a distorção criada pelo supercondutor, mas sem permitir que o campo magnético entre no interior do cilindro.
Antimagneto: Invisibilidade magnética prática e simples
A camada ferromagnética do cilindro atrai as linhas do campo magnético (esquerda), enquanto a camada supercondutora os repele (direita). [Imagem: J. Prat-Camps/C. Navau/A. Sanchez]
O efeito global é um espaço interno do cilindro sem nenhum campo magnético, e absolutamente nenhuma distorção no campo magnético externo.
Em outras palavras, não é possível detectar nem o cilindro e nem o objeto que for colocado em seu interior.
Aplicações médicas
Como o dispositivo foi fabricado com materiais disponíveis no comércio - o experimento inteiro custou US$1.300,00 -, e como ele opera em campos magnéticos relativamente fortes, os cientistas afirmam que ele poderá ser prontamente usado na prática.
Vale lembrar que, como usa um supercondutor, o dispositivo precisa de nitrogênio líquido para funcionar - mas equipamentos de imageamento médico também precisam.
Os cientistas citam como possibilidade de aplicação prática, por exemplo, um dispositivo que torne marca-passos e outros implantes médicos invisíveis aos campos magnéticos, permitindo que pacientes portadores desses implantes possam usufruir dos exames mais modernos, como a ressonância magnética.
Por outro lado, é fácil também imaginar aparatos não tão bem intencionados, como um antimagneto para esconder armas dos detectores magnéticos dos aeroportos. Mas, além de ainda ser impensável esconder um dispositivo criogênico com as dimensões necessárias, os aeroportos contam com outros mecanismos de checagem, como máquinas de raios X.
Cancelar o magnetismo
Os cientistas estão perfeitamente familiarizados com o processo de "criar" magnetismo - 99% da energia consumida no mundo usa geradores baseados no magnetismo, o fenômeno está presente em todos os motores elétricos e é a base de todo o armazenamento digital de dados.
Mas cancelar o magnetismo tem-se mostrado um desafio tanto científico quanto tecnológico.
Esta nova camuflagem magnética abre o caminho para que isso possa ser feito de maneira muito flexível, incluindo outras aplicações na tecnologia da informação, como a blindagem de dados armazenados magneticamente.

Todos a bordo: Expresso Buraco de Minhoca vai partir

Matéria com energia negativa
Todos a bordo do Expresso Buraco de Minhoca, rumo à primeira viagem realmente espacial da espécie humana.
Calma, não precisa correr, porque as passagens ainda não estão à venda.
A novidade é que parece que não é tão difícil quanto se imaginava construir esses túneis que unem localidades diferentes do espaçotempo - ou abrir portas para outros universos.
Estima-se que quem entrar em um buraco de minhoca poderá reaparecer instantaneamente perto de Plutão, ou na galáxia de Andrômeda, ou em qualquer outro lugar do Universo, ou mesmo em outro universo - sem a chatice da viagem.
Por enquanto, os buracos de minhoca estão apenas nos livros de teoria: ninguém nunca detectou um e nem tampouco existe um projeto para construir um deles.
E não é por acaso: a mesma teoria que garante que eles são possíveis afirma que eles são intrinsecamente instáveis, e costumam se fechar antes que você embarque em sua nave espacial.
A única saída é alimentá-los com uma forma exótica de matéria com energia negativa, algo cuja existência é posta em dúvida por muitos físicos.
Buraco de minhoca factível
Mas, agora, tudo mudou - esclareça-se, tudo mudou na teoria.
Um físico grego e dois alemães demonstraram que pode ser possível construir um buraco de minhoca sem usar nem um só saco desse cimento esquisito chamado matéria com energia negativa.
"Você não vai precisar nem mesmo de matéria normal, com energia positiva," garante Burkhard Kleihaus, da Universidade de Oldemburgo, na Alemanha. "Buracos de minhoca podem ser mantidos aberto sem precisar de nada."
Se isto estiver correto, significa então que pode ser possível encontrar buracos de minhoca pelo espaço. Civilizações mais avançadas do que a nossa já podem até mesmo estar indo para lá e para cá nesse metrô galáctico construído com buracos de minhoca.
E, eventualmente, até mesmo poderemos construir nossos próprios túneis espaçotemporais, como portais para outras paragens, o que inclui, muito provavelmente, outros universos, com suas próprias galáxias, estrelas e planetas.
Metrô intergaláctico: Expresso Buraco de Minhoca vai partir
Os cientistas não têm como testar qual das respostas que a Teoria das Cordas e a Teoria-M dão é a "correta". Na verdade, todas elas podem estar corretas e talvez vivamos em um Universo entre um número infinito de universos. [Imagem: quintic/Wikipedia]
Sempre Einstein
A ideia de um buraco de minhoca se sustenta na teoria de Einstein, que mostra que a gravidade nada mais é do que uma dobradura invisível do espaçotempo causada pela energia - a massa-energia de grandes corpos celestes, por exemplo.
Foi o austríaco Ludwig Flamm que, em 1916, descobriu que dobraduras suficientemente dobradas poderiam funcionar como conduítes através do espaço e do tempo.
Isso chamou a atenção do próprio Einstein, que estudou a possibilidade juntamente com Nathan Rosen. Mas eles concluíram que a única conexão que um buraco de minhoca oferecia seria para um universo paralelo, o que os dois consideraram algo impensável.
Só em 1955, John Wheeler demonstrou que é possível conectar duas regiões do nosso próprio Universo - foi ele quem cunhou o termo buraco de minhoca, assim como ele mesmo já havia batizado os buracos negros.
Mas, claro, coube a Carl Sagan tirar essa curiosidade dos livros de física e usá-la para atiçar o interesse na ciência do público em geral. Um buraco de minhoca foi usado em sua obra Contato.
A tal da matéria com energia negativa seria necessária porque essa matéria teria uma espécie de anti-gravidade, o que seria necessário para que o buraco de minhoca abrisse sua boca e nos deixasse passar.
Embora a teoria de Einstein tenha resistido a todos os testes feitos até agora, os cientistas acreditam que ela talvez seja uma aproximação de uma teoria mais geral, por duas razões: a primeira é que ela não se coaduna com a mecânica quântica, e esta tampouco cede a todos os experimentos possíveis. E, segundo, porque a teoria de Einstein colapsa no centro de um buraco negro, na chamada singularidade.
Metrô intergaláctico: Expresso Buraco de Minhoca vai partir
O observatório Integral recentemente alterou os parâmetros de busca da chamada física pós-Einstein. [Imagem: ESA/SPI Team/ECF]
Indo além de Einstein
Já em 1921, Theodor Kaluza e Oskar Klein tentaram ir além da teoria da relatividade.
Inspirados em Einstein, que mostrou que a gravidade é a curvatura de um tecido que une as três dimensões do espaço mais o tempo, Kaluza e Klein propuseram que tanto a gravidade quanto a força eletromagnética podem ser explicadas pela curvatura de um espaçotempo de cinco dimensões.
Hoje, os teóricos da teoria das cordas afirmam que todas as quatro forças fundamentais podem ser explicadas pelas dobraduras de um espaçotempo de 10 dimensões.
Mas essas teorias são complexas demais até mesmo para os físicos teóricos.
E aqui entram Kleihaus, Panagiota Kanti e Jutta Kunz, os três intrépidos proponentes de uma versão mais simples dos buracos de minhoca.
O fundamento é que, se existem outras dimensões, nós não as percebemos porque elas são pequenas demais.
O processo de compactar as seis dimensões que não percebemos - aquelas que completam o quadro de 10 dimensões da teoria das cordas - cria vários novos campos de força, um deles chamado campo dilaton.
Da mesma forma que a gravidade na teoria da relatividade depende da curvatura do espaçotempo, nessas novas teorias a gravidade depende da curvatura mais a curvatura elevada a uma potência.
Os três pesquisadores usaram esse termo extra para propor um buraco de minhoca que não precisa de antigravidade.
Metrô intergaláctico: Expresso Buraco de Minhoca vai partir
Recentemente cientistas propuseram uma forma para testar a ideia do Big Flash, um irmão mais novo do Big Bang, uma explosão de radiação que teria mudado a estrutura do espaçotempo nos primórdios do nosso Universo. [Imagem: Getty Images]
Procurando buracos de minhoca no espaço
O resultado assustaria Einstein, porque o buraco de minhoca resultante do novo estudo não pode nos levar para Plutão ou Andrômeda, mas apenas para outros universos.
Desafiador, mas altamente especulativo.
A menos que alguém possa encontrar indícios de que tal estrutura exista no nosso Universo, pairando por aí em algum lugar.
Os três pesquisadores acreditam que é possível.
É bom lembrar que estávamos falando de dimensões submicroscópicas, quando estamos interessados em algo por onde possa menos pelo menos uma nave espacial.
Os cientistas afirmam que a inflação do Universo pode ter espichado esses buracos de minhoca a ponto de eles superarem as dimensões humanas, como um ponto de tinta colocado sobre uma bexiga vai aumentando conforme a bexiga se enche.
"A inflação [do Universo] pode ter inchado os minúsculos buracos negros que permeiam o tecido submicroscópico do espaço," propõe Kleihaus.
Como encontrá-los? Olhando para o Universo, já que a presença de um buraco de minhoca macroscópico deverá representar uma mudança radical no campo de visão dos telescópios.
"Afinal de contas, a boca do buraco de minhoca é uma janela para outro universo," propõe o cientista.
Desde, é claro, que o buraco de minhoca esteja com a boca precisamente virada para a Terra.

Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo


Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
Isto não é um átomo, é tão-somente o núcleo de berílio circundado por seu halo. Segundo medições realizadas por uma equipe alemã, o halo se estende a até 7 femtômetros do centro de massa do núcleo, cobrindo uma área três vezes maior do que a parte densa do núcleo.[Imagem: Dirk Tiedemann/Uni-Mainz]
Núcleos são nuvens?
Embora os mais modernos microscópios eletrônicos enxerguem até um décimo do diâmetro de um átomo, ainda é difícil para a maioria das pessoas imaginar um átomo inteiro.
Da mesma forma que é difícil corrigir a história de que Cabral teria chegado ao Brasil por acaso, vai levar muito tempo para que as pessoas deixem de imaginar, quando se falar de um átomo, um sistema planetário com um "núcleo-Sol" cercado por "planetas-elétrons".
Já se sabia há muito tempo que os elétrons são "nuvens de probabilidade" ao redor dos núcleos, devido à sua personalidade bipolar, nunca sabendo se são partículas ou ondas.
Mas outro problema dessa visualização do átomo como um sistema planetário é que o núcleo, composto por prótons e nêutrons, é imaginado como algo estacionário, fisicamente delimitado.
E isso não corresponde à realidade.
Na década de 1980 descobriu-se que alguns núcleos atômicos de elementos leves - como hélio, lítio e berílio - não têm bordas externas definidas: eles possuem halos, partículas que se destacam além das bordas do núcleo, criando uma nuvem que envolve o núcleo.
Agora, depois de realizar as observações mais precisas já feitas até hoje do halo nuclear, cientistas demonstraram que até um quarto dos núcleons - prótons e nêutrons - do núcleo denso de um átomo estão viajando continuamente a uma velocidade de até 25% da velocidade da luz.
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
O átomo de berílio possui dois aglomerados de núcleons, cada um deles parecido com este núcleo do átomo de hélio-4. [Imagem: Wikipedia/Yzmo]
Como é o núcleo de um átomo
Assim, esqueça, Cabral não chegou ao Brasil por acaso, e os núcleos dos átomos não podem ser comparados a laranjas e nem a estrelas.
"Nós geralmente imaginamos o núcleo como um arranjo fixo de partículas, quando na realidade há um monte de coisas acontecendo no nível subatômico que nós simplesmente não podemos ver com um microscópio," ressalta o físico John Arrington, do Laboratório Nacional Argonne, nos Estados Unidos.
Ele e seus colegas usaram grandes espectrômetros magnéticos para observar o núcleo de átomos de deutério, hélio, berílio e carbono.
A surpresa veio com o berílio.
Ao contrário dos outros átomos, ele possui dois aglomerados de núcleons, cada um parecido com um núcleo do átomo de hélio-4.
Esses núcleons, por sua vez, estão associados a um nêutron adicional.
Isso desfaz completamente a figura do núcleo como uma esfera fisicamente delimitada, além de mostrar que o halo é mais complexo do que se imaginava.
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
A equipe norte-americana sugere uma ilustração onde o próprio núcleo é formado pela antiga visualização do átomo inteiro, com indicações das partículas (pontos brancos) e das suas órbitas. [Imagem: ANL]
Interações entre quarks
Por causa dessa configuração complicada, o núcleo do berílio apresenta um número relativamente alto de colisões, apesar de ser um dos núcleos menos densos entre todos os elementos.
Os cientistas afirmam que esse efeito acelerador pode ser resultado de interações entre os quarks que formam os núcleons - cada próton e cada nêutron consiste de três quarks muito fortemente ligados.
Quando os núcleons se aproximam uns dos outros, entretanto, as forças que unem os quarks podem ser perturbadas, alterando a estrutura dos prótons e dos nêutrons, possivelmente até mesmo formando partículas compostas pelos quarks de dois núcleos diferentes.
"Eu acho que é imperativo que os cientistas continuem a estudar os fenômenos que estão ocorrendo aqui," afirma Arrington. "Nossa próxima medição vai tentar examinar essa questão diretamente, tirando uma fotografia da distribuição dos quarks quando os núcleons se juntam."

Nanocristais perfeitos podem reduzir doses de raios X


Nanocristais perfeitos podem reduzir doses de raios X
Os grandes e perfeitos cristais de germânio são ideais para a detecção de raios X. [Imagem: ETH Zurique]
Captação de raios
Quando você faz um exame de raio X, a dose de radiação a que você está sujeito depende inteiramente da qualidade do sensor que capta os raios-X do outro lado de você mesmo.
Quanto mais sensíveis forem os sensores a, menor será a dose de radiação à qual você precisará se submeter.
E a redução drástica dessa radiação agora é uma possibilidade real, graças ao trabalho de uma equipe do instituto ETH de Zurique, na Suíça, e da Universidade de Milão, na Itália.
Antes, porém, é importante salientar que a inovação também será útil para captar outros tipos de "raios", como os raios de luz que incidem sobre uma célula solar, otimizando sua eficiência.
Cristais perfeitos
Claudiu Falub e seus colegas desenvolveram uma técnica que permite a fabricação de cristais perfeitos, compostos de diferentes semicondutores.
A floresta de nanocristais pode ser fabricada em virtualmente qualquer espessura e, mais importante, usando como base pastilhas comuns de silício, como as usadas pela indústria eletrônica.
Em vez de juntar e colar as estruturas de diferentes semicondutores, como é feito hoje, o cristal pode ser cultivado em uma única peça.
Nanocristais perfeitos podem reduzir doses de raios X
Os cristais crescem sobre uma "torre" base de silício. [Imagem: Falub et al./Science]
Isso significa que os defeitos cristalinos, que ocorrem quando se trabalha com átomos de tamanhos diferentes, são totalmente eliminados - devido a esses defeitos, hoje os cristais são crescidos separadamente e depois colados.
Outro problema que desaparece são as trincas e quebras induzidas no substrato, em razão dos diferentes coeficientes de expansão termal dos diversos elementos.
Raios X e células solares
O processo foi demonstrado cultivando estruturas de germânio sobre pastilhas de silício, alcançando alturas de até 50 micrômetros - um autêntico arranha-céus nas dimensões nanométricas envolvidas nesses casos.
O desenvolvimento tem inúmeros campos de aplicação.
O mais imediato é na fabricação de sensores de imagens para raios X, permitindo a obtenção de resoluções espaciais impensáveis hoje - os cristais grossos de germânio são ideais para isso.
Outra possibilidade é o desenvolvimento de células-solares de múltiplas junções - as células solares de maior eficiência, geralmente usadas em aplicações espaciais.
Hoje, essas células dependem de uma base de germânio, que é muito frágil e relativamente pesada.
Com a nova técnica, essa base poderá ser o bem conhecido silício, eventualmente diminuindo os custos dessas células solares de alto rendimento.

Sapato feminino usa materiais inteligentes para ergonomia perfeita


Sapato feminino usa materiais inteligentes para ergonomia perfeita
Os sapatos inteligentes são fabricados seguindo a padronização normal por números, sendo ajustados ao pé de cada cliente na própria loja. [Imagem: Shopinstantshoe Project]
Memória de forma
Um consórcio de engenheiros de universidades e empresas da Espanha e da França acaba de criar aquele que pode ser considerado o sapato de mais alta tecnologia já feito.
O material aparente do sapato pode ser couro natural ou sintético.
Mas seu "esqueleto" interno é totalmente construído com os chamados materiais inteligentes, ou materiais com memória de forma.
Materiais metálicos com memória de forma têm uma propriedade incomum: eles podem ser esticados, dobrados e torcidos, mas, quando aquecidos acima de uma temperatura limite, eles revertem para o formato original no qual foram fabricados.
A memória de forma geralmente é obtida em ligas metálicas especiais, algumas delas conhecidas como músculos artificiais.
Sapato verdadeiramente ergonômico
Foi uma dessas ligas, feita de níquel e titânio, e geralmente usada para o acionamento de robôs, que a equipe liderada pelo Dr. Juan Carlos González escolheu para criar um sapato feminino absolutamente ergonômico.
O resultado é um sapato que se conforma perfeitamente ao pé de cada mulher, de forma personalizada.
Sapato feminino usa materiais inteligentes para ergonomia perfeita
Os músculos artificiais - aqui vistos no furo central - foram testados exaustivamente para garantir conforto e estabilidade de formato ao longo da vida do sapato. [Imagem: Shopinstantshoe Project]
O processo funciona da seguinte forma: os sapatos inteligentes são fabricados seguindo a padronização normal por números, e seguem para as lojas.
Na loja de calçados, um pequeno aparelho térmico e um escâner portátil terminam o processo de adaptação do sapato ao pé de cada cliente.
Depois que a cliente escolhe o visual do sapato, o escâner toma as medidas antropométricas do seu pé, em 3D. Os sapatos são então inseridos no pequeno aparelho, que interpreta as medições feitas pelo escâner e ajusta o material inteligente no interior do sapato.
Em alguns segundos, a cliente tem seus sapatos perfeitamente ajustados a seus pés, sem nenhum ponto "pegando" e sem preocupações com dores induzidas por problemas de postura.
Se, ainda assim, a cliente mudar de ideia, como usualmente acontece com as mulheres nas lojas de calçados, basta que o vendedor coloque de volta os sapatos no equipamento e aperte uma espécie de botão de "reset", que faz com que a liga com memória de forma volte exatamente ao desenho que tinha quando saiu da fábrica.

Relógio do Longo Agora vai funcionar por 10.000 anos

Relógio do Longo Agora vai funcionar por 10.000 anos
O Relógio do Longo Agora será um carrilhão, capaz de tocar 3,5 milhões de melodias diferentes, registradas em seus discos mecânicos, cada um medindo 2,5 metros de diâmetro.[Imagem: Rolfe Horne/The Long Now Foundation]
Rumo ao futuro
Danny Hillis se diz cansado de trabalhar em projetos onde tudo tem que ser rápido, com resultados vistos no curtíssimo prazo.
"Eu queria algo que importasse no longo prazo," afirma ele.
E o pesquisador não economizou no prazo: mais especificamente, ele decidiu montar um cronograma com 10.000 anos de duração.
Talvez incerto sobre se o tempo é real ou é uma ilusão, Hillis está construindo o que ele chama de "Relógio do Longo Agora", um candidato a relíquia arqueológica do futuro que, segundo seu inventor, deverá se manter funcionando e medindo corretamente o tempo pelos próximos 100 séculos.
Essa espécie de mecanismo de Anticítera às avessas está sendo cuidadosamente montada no interior de uma montanha no Texas, Estados Unidos.
Precisão à prova do tempo
Depositado em um poço de 150 metros de profundidade e 3,7 metros de diâmetro, o Relógio do Longo Agora terá um pêndulo de titânio de 3 metros e 110 quilogramas - seu tique-taque ocorrerá a cada 10 segundos.
Um dos elementos importantes do relógio, para que ele mantenha um funcionamento preciso, será realizar compensações automáticas para as variações na rotação da Terra. O segundo bissexto também foi levado em consideração.
Outro desafio é a alimentação dessa verdadeira cápsula do tempo. A energia virá de uma espécie de fole, fabricando em aço inoxidável, que se expande e contrai conforme a temperatura ambiente se eleva e diminui ao longo de cada dia.
O calendário será mantido por um sistema diferente: uma janela para o céu.
O Relógio do Longo Agora terá um olho para o mundo exterior, através de uma janela de safira. Assim, o relógio poderá se acertar automaticamente, configurando seu meio-dia de acordo com a posição do Sol.
Uma câmera especial rastreia o Sol ao longo de todo o dia, precisando de apenas 5 minutos de observação para acertar o relógio. Segundo Hillis, isso torna seu projeto de longo prazo à prova de um escurecimento do céu por até um século.
Pensar sobre o tempo
Para durar 10.000 anos sem oxidação, as 10.000 peças que compõem o Relógio do Longo Agora estão sendo feitas de titânio, aço inoxidável com alto teor de molibdênio e cerâmica.
"Nós temos peças flexíveis de metal que terão que suportar dobrar-se um bilhão de vezes. Nós temos que garantir que as janelas continuarão sempre transparentes. Quando você entra nos detalhes, isso faz você pensar sobre o tempo de forma diferente," disse Hillis.
Para economizar energia, o relógio só mostrará as horas, os dias, e até a posição dos planetas e a fase da Lua quando alguém pedir, o que poderá ser feito depois que o visitante do futuro descer por uma escada espiral até o fim do poço.
Talvez fosse o caso de incluir uma placa que indicasse que os "construtores dessa maravilha tecnológica do passado" não acreditavam que o mundo fosse acabar daqui a 10.000 anos e não tencionavam construir um relógio para marcar o fim dos tempos.

Ilusão de óptica: a imagem psicodélica que não para de se mexer

 Deixe seus olhos te enganarem nas ondas em movimento desta imagem.


Não é um GIF, muito menos um vídeo. Se esta imagem — que parece estar em movimento constante — conseguiu prender sua atenção, significa que seus olhos estão funcionando muito bem e acabam de lhe mostrar um dos melhores exemplos de ilusão de óptica.
Os desenhos psicodélicos são alguns dos modelos que melhor apresentam o que o sistema visual humano pode fazer: “enganar” e mostrar algo que não acontece de verdade — como, neste caso acima, ondas que não param de se mexer, mesmo a imagem sendo estática. Para os mais atentos, esta figura também pode passar uma boa dica: não confie em tudo que seus olhos veem.

sexta-feira, 23 de março de 2012

IBM mostra chip que transmite 1 Terabyte por segundo

Imagine enviar 500 filmes de Alta Definição num só segundo. Investigadores da IBM dizem que é possível, desde que se use um chip que chega a uma taxa de transmissão de 1 Terabyte por segundo (Tbps).

O chip, que é uma das principais atrações da Optical Fiber Communication Conference de Los Angeles, pretende dar um novo impulso ao crescimento da largura de banda das redes de fibra ótica em centros de dados.
De acordo com Popular Science, o novo chip foi criado para assegurar as transmissões de dados de grande velocidade entre computadores que se encontram conectados à mesma rede local.
O chip, que foi batizado de Holey Optochip, dispõe de 24 recetores e 24 transmissores de dados que operam em simultâneo.
 A IBM garante que o Holey Optochip é constituído por componentes que já estão disponíveis na indústria tecnológica. Sabe-se que a Big Blue tem intenção de lançar o Optochip no circuito comercial, mas ainda não existem datas quanto a preços e datas de lançamento