O processo de nanofabricação produz corpúsculos artificiais com a
cobertura dos vírus e bactérias, minimizando o risco das vacinas e
medicamentos.[Imagem: DeSimone LAB]
A poucos dias, uma equipe do MIT demonstrou o funcionamento de uma nanofábrica de medicamentos que funciona dentro do próprio corpo humano, acionada por luz aplicada externamente.
A proposta do Dr. Joseph DeSimone, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, não é tão radical, mas promete baixar o custo de fabricação de vacinas e medicamentos a uma fração do que é hoje.
Ele desenvolveu um processo de nanofabricação de vacinas miniaturizando ao extremo a técnica de fabricação de circuitos eletrônicos.
Nessa técnica, chamada nanolitografia, as nanopartículas são moldadas e transferidas para uma matriz, que permite então a fabricação dos medicamentos em um processo de larga escala, similar à impressão.
Alterando as propriedades das nanopartículas - formato, dimensões, carga elétrica etc. - altera-se também o papel que elas desempenham no corpo.
O processo foi batizado de PRINT (Particle Replication in Non-wetting Templates, replicação de partículas por matrizes a seco, em tradução livre).
Vacinas mais seguras
Os fabricantes de vacinas têm tentado deixar de lado a utilização de vírus ou bactérias para a imunização devido a preocupações com a segurança e com os efeitos colaterais.
Com a nova técnica, torna-se possível usar apenas as proteínas ou açúcares dos vírus e bactérias, presos sobre as nanopartículas, criando corpúsculos artificiais que ativam o sistema imunológico.
DeSimone e seus colegas criaram uma empresa, a Liquidia, que já obteve autorização para a realização dos testes clínicos com a primeira vacina produzida por esse processo de nanofabricação, contra a bactéria Streptococcus pneumonia, causadora da pneumonia.
De olho em melhoramentos, o pesquisador afirma que a técnica poderá permitir fabricar a própria nanopartícula usando unicamente polissacarídeos bacterianos.
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