quarta-feira, 25 de abril de 2012

USP recebe simulador de caça norte-americano


USP recebe simulador de caça norte-americano
Uma enorme tela dá ao piloto virtual uma visão similar à de um voo real. [Imagem: Agência USP]
Simulador na USP
Estudantes e pesquisadores da Escola Politécnica da USP puderam experimentar pela primeira vez o simulador do avião de combate F18 Super Hornet, da empresa norte-americana Boeing.
O evento faz parte de uma parceria entre a Poli e a Boeing, para possibilitar o intercâmbio de experiências e informações entre os profissionais da empresa norte-americana e os alunos da Poli.
"Mais do que apenas pilotar o avião no simulador, nossos alunos de mestrado e doutorado tiveram grande troca de experiências com o pessoal da Boeing, praticamente convivendo juntos por três dias" afirma
Segundo o professor Marcelo Zuffo, do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli, a Boeing percebeu no Brasil inúmeras oportunidades de desenvolvimento econômico e tecnológico e, por isso, começou a se aproximar das universidades de pesquisas brasileiras.
"Há três semanas, a Boeing nos informou que pretendia trazer ao Brasil o simulador completo do caça F18 E, o Super Hornet, que é um dos simuladores mais avançados existentes no mundo. Fazia sentido, para nós, instalar esse simulador e abri-lo para a comunidade de engenharia e de aeronáutica no Brasil", afirma o professor.
O simulador, que pesa seis toneladas, reproduz o ambiente encontrado por um piloto na cabine de um avião do modelo F18 Super Hornet.
À frente da cabine, com todos os comandos existentes na nave real, estava uma grande tela que simulava a visão exterior que um piloto teria de dentro da aeronave.
Importância dos simuladores
Para o professor Zuffo, o desenvolvimento de simuladores de voo é de extrema importância para o desenvolvimento do Brasil.
"Em épocas de programa FX e de congestionamento aéreo, a construção de simuladores é obrigatória para o treinamento de pilotos", afirma.
Márcio Brisolla Jordão, piloto de ensaios de voo da Embraer, confirma essa ideia: "Para se tornar piloto, todo o treinamento é feito em simuladores. Um novo piloto recebe a sua habilitação para voar sem nunca ter voado de fato, pois faz seu treinamento com segurança nos simuladores."
O engenheiro de ensaios de voo da Embraer, Alexandre Mandrik Mellek, explica que "os simuladores fazem diminuições de risco de voo e riscos de projeto, pois é possível prever problemas que podem ocorrer antes da aeronave ser construída".
Segundo ele, os simuladores classe D, de aviação civil, por exemplo, contém todos os aspectos que o piloto pode encontrar em uma aeronave de verdade, como barulhos e vibrações, tudo reproduzido de forma fidedigna no simulador.
Simuladores de novos aviões
Segundo Marcus Francisco Panssiera, também engenheiro de ensaios de voo da Embraer, os simuladores também possuem uma grande importância no desenvolvimento de novos modelos de aeronaves.
"Primeiro vem o projeto e depois o túnel de vento. A partir dos dados matemáticos obtidos constrói-se um simulador de engenharia e, posteriormente são feitos voos em um protótipo do modelo. Os voos nos protótipos vão ajudando a melhorar as informações contidas no simulador e vice-versa, de forma cíclica", afirma.
"O simulador de engenharia prevê possíveis erros, evita riscos e abaixa os custos, mas é necessário voar para aprimorar as aeronaves e os próprios simuladores. Os dados matemáticos obtidos a partir dos testes em túneis de vento não são suficientes", completa Jordão.
Caças F18
Existem diversos modelos de caças F18 da Boeing. Os modelos F18 A, B, C e D, conhecidos como Hornets (um tipo de vespa), foram desenvolvidos há aproximadamente três décadas. Já os modelos E e F, os Super Hornets, têm aproximadamente dez anos do início do desenvolvimento do projeto.
O modelo F/A-18E Super Hornet é um dos três concorrentes finalistas no projeto FX-2, licitação da Força Aérea Brasileira (FAB) para a aquisição de caças de superioridade aérea. Os outros dois concorrentes são o caça francês Rafale C e o sueco Gripen NG.
Além de participar da concorrência no projeto FX-2, a Boeing recentemente abriu um escritório no Brasil e pretende abrir um centro de pesquisa.
"O Brasil é um parceiro internacional no mercado global", afirma o Rob Figge, representante do desenvolvimento de negócios da área de defesa da Boeing.
Segundo ele, o modelo F18 Super Hornet já é utilizado pela marinha norte-americana e pela força aérea australiana. Na aviação civil, a empresa produz modelos comerciais como os Boeings 737, 747 e 777, utilizados em voos comerciais no Brasil.

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