Embora caramujos e baratas com implantes, assim como outros insetos
ciborgues, não pareçam suscitar nenhuma emoção além do nojo, os
cientistas já fizeram o mesmo com camundongos e até com coelhos.
[Imagem: Clarkson University]
O que os cientistas estão chamando de caramujo elétrico é mais um dentre uma série de experimentos de implantação de biocélulas no interior do corpo de animais.
Ou melhor, de transformação do corpo dos animais em biocélulas capazes de gerar energia.
Embora caramujos e baratas com implantes, assim como outros insetos ciborgues, não pareçam suscitar nenhuma emoção além do nojo, os cientistas já fizeram o mesmo com camundongos e até com coelhos.
Os objetivos também não são muito nobres: implantar câmeras e microfones para que os animais se transformem em espiões, sem precisar carregar baterias - assim, o equipamento ficaria operacional durante a vida do animal.
Caramujo ciborgue
A novidade com o caramujo gerador de energia é que, ao contrário dos outros animais que receberam o implante de biocélulas, ele não morreu logo.
Ou seja, parece que os cientistas estão se aproximando de seus objetivos.
O caramujo-borgue viveu durante meses, "gerando energia suficiente para alimentar vários dispositivos bioeletrônicos", segundo Eugeny Katz e seus colegas da Universidade de Clarkson, nos Estados Unidos.
O caramujo viveu em um "aquário" durante meses, produzindo energia continuamente.
Caramujo que gera energia
Para transformar o caramujo em uma usina de força, os pesquisadores fizeram dois furos em sua carapaça e inseriram eletrodos feitos de nanotubos de carbono e recobertos com enzimas.
Colocando uma enzima diferente em cada eletrodo, uma capturando elétrons da glicose e outra usando esses elétrons para transformar moléculas de oxigênio em água, produziu-se uma corrente elétrica pelo circuito, que pode ser capturada para alimentar um equipamento de baixa potência.
Assim, se você observar algum caramujo com comportamento suspeito em seu jardim, talvez seja melhor verificar se ele não está carregando algum aparato eletrônico de espionagem - e tome cuidado com choques se a resposta for afirmativa e você resolver pisar nele.
O problema será quando isso começar a ocorrer com animais maiores, já que, ao que parece, a ética na pesquisa com animais não chegou a todas as universidades do mundo.
Para objetivos são mais nobres, há opções mais eficientes com a chamada colheita de energia, que usa materiais inorgânicos e vibrações do ambiente para produzir eletricidade.
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