sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Laboratório científico brasileiro inaugurado na Antártica

Laboratório científico brasileiro inaugurado na Antártica
O grupo que está na Antártica é composto pelos dez cientistas que estão na região junto ao módulo Criosfera 1, e mais sete que ficaram realizando trabalhos no chamado acampamento base.[Imagem: INPE]
Criosfera 1
Cientistas brasileiros inauguraram o primeiro módulo nacional no interior da Antártica, o Criosfera 1, localizado a 84°S.
Após quase um mês no continente gelado - o grupo chegou na Antártica em 17 de dezembro de 2011 -, enfrentando sensações térmicas de até 42°C negativos, o trabalho de instalação de todos os equipamentos internos e externos do módulo foi concluído com sucesso.
As primeiras transmissões de dados meteorológicos, em fase de teste, foram enviadas via satélite na última semana para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Este é o primeiro módulo científico brasileiro no interior do continente antártico - o Brasil possui apenas uma base na região da península. Toda a infraestrutura do Criosfera 1 foi desenvolvida, integrada e testada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Criosfera
O laboratório Criosfera 1 tem uma estrutura de 6,30 m de comprimento, 2,60 m de largura e 2,5 m de altura, resultando em um peso total de 3,5 mil quilos.
Ele fica a 1,5 m do solo para evitar o acúmulo de neve ao redor e permitir a passagem do vento.
Com o envio diário por satélite dos dados meteorológicos coletados a intenção é obter análise sobre os reflexos dos poluentes gerados na América do Sul e outras partes do mundo no continente antártico.
Dotado de painéis solares e geradores eólicos, o Criosfera 1 é catalogado como sustentável por não utilizar combustível fóssil para seu funcionamento.
O Criosfera 1 irá coletar dados meteorológicos, como velocidade dos ventos e temperatura, e realizar medições da composição química da atmosfera da região.
Durante o primeiro ano de funcionamento do módulo, os cientistas brasileiros vão investigar as consequências climáticas da redução da camada de ozônio sobre o Pólo Sul e o transporte atmosférico de poluentes para o ar da região.
Pesquisas na Antártica
O grupo que está na Antártica é composto pelos dez cientistas que estão na região junto ao módulo (84°S, 79°29'39"W), e mais sete que ficaram realizando trabalhos no chamado acampamento base, localizado na região da Geleira Union (79°46'S, 82°50'W). Participam pesquisadores e técnicos do INPE e das universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Além da instalação e teste do Criosfera 1, os cientistas brasileiros estão realizando diversas pesquisas.
Uma delas é a perfuração das camadas de gelo no acampamento avançado, a fim de obter os testemunhos que revelam a história da composição atmosférica do planeta (cilindros de gelo com cerca de 7 cm de diâmetro e 80 cm de comprimento)
Eles estão também fazendo um levantamento da morfologia e dinâmica das massas de gelo da Geleira Union e como elas respondem às variações ambientais.
Pelas condições meteorológicas e agenda de trabalho, os cientistas adiaram seu retorno do acampamento avançado, que deve ocorrer entre 19 e 22 de janeiro, e devem chegar a Punta Arenas, no Chile, por volta do dia 24.
Laboratório sustentável
O laboratório Criosfera 1 será o primeiro laboratório no interior antártico a funcionar 24 horas por dia, sem a necessidade de acompanhamento humano em suas operações.
Ele também é sustentável, possuindo painéis solares e geradores eólicos, em vez de utilizar combustível fóssil para seu funcionamento.
Ao retornarem da expedição, os cientistas brasileiros deixarão equipamentos automáticos de monitoração meteorológica, medida de dióxido de carbono e também de amostragem de particulados atmosféricos, que continuarão em operação durante todo ano de 2012.
Todo o monitoramento dos equipamentos científicos, assim como dos sistemas de energia, será feito através de comunicação por satélite.
Os resultados obtidos no módulo autônomo irão se somar às pesquisas realizadas na Estação Antártica Brasileira de Comandante Ferraz, localizada na latitude 62° S, na borda do continente.

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