Olhando de cima
No ano em que 800 pessoas perderam a vida em cheias e deslizamentos de terra, no estado do Rio de Janeiro, o Brasil junta-se à organização espacial internacional que disponibiliza dados de satélite às autoridades de busca e salvamento, em períodos de catástrofe.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tornou-se formalmente o mais novo membro da International Charter Space and Major Disasters.
Fundada pela ESA (agência espacial europeia) e pelas agências espaciais francesa e canadense, a International Charter é uma colaboração internacional entre os donos e os operadores de missões de observação da Terra.
Seu objetivo é permitir o rápido acesso aos dados de satélite para proteção civil, em situações de desastres, naturais ou provocados pelo homem.
Ajuda do espaço
A International Charter permitiu, por exemplo, que fossem produzidos mapas, a partir de dados de satélite, para ajudar as operações de busca e salvamento depois do terremoto do Haiti, em Janeiro de 2010, o da Nova Zelândia, em Fevereiro de 2011 ou do tsunami no Japão, em Março de 2011.
"O Brasil já se beneficiou de um grande apoio dos membros da International Charter, em Janeiro de 2011, quando uma terrível cheia matou mais de 800 pessoas e deslocou milhares, no estado do Rio de Janeiro," disse Gilberto Câmara, diretor do INPE.
Mão dupla
Já membro do consórcio, o INPE irá fornecer dados da sua série de satélites CBERS, de observação da Terra.
O CBERS lançou três satélites desde 1999 e o quarto satélite da série será lançado no final de 2012.
Estes satélites já foram usados para monitorar a desflorestação e o controle de incêndios na região da Amazônia, os recursos de água, o crescimento urbano e a agricultura.
"Com a adesão à International Charter o INPE estará mais bem preparado para ajudar a sociedade brasileira e a internacional em situações de grandes desastres," disse Câmara.
Outros novos membros da International Charter incluem o Centro Aeroespacial Alemão e o Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia.
A Agência Espacial Federal Russa e a Organização Europeia para a Exploração dos Satélites Meteorológicos já fizeram seus pedidos de adesão.
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