terça-feira, 10 de janeiro de 2012

BIOS UEFI: por que esta arquitetura é importante para o mundo da computação

Depois de 30 anos presente nos computadores, a BIOS finalmente começa a ganhar um upgrade.

Quem trabalha com computador ou navega na internet já há algum tempo, com certeza já ouviu falar na BIOS (acrônimo para Basic Input/Output System ou Sistema Básico de Entrada e Saída). Presente na vida do usuário desde o primeiro computador pessoal lançado pela IBM, a BIOS é um dos softwares mais importantes presentes em um PC.

O problema é que todos os componentes do computador (software ou hardware) evoluíram com o passar dos anos, exceto a BIOS. Salvo por algumas mudanças na parte da interface, há até pouco tempo, uma das partes principais da placa-mãe continuava com a mesma arquitetura de 3 décadas atrás.

Mas isso está para mudar. Recentemente, alguns fabricantes começaram a adotar uma arquitetura nova para a BIOS, conhecida como UEFI (Unified Extensible Firmware Interface). Se você não acha isso uma grande mudança, saiba que a nova BIOS pode trazer mais benefícios para o usuário do que ele pode imaginar.

O que a BIOS atual tem de errado?


Se a BIOS atual é tão ruim, por que ela ainda é usada? Calma, não é que o software seja inferior, mas ele já está ultrapassado. A arquitetura da BIOS foi modelada para o primeiro computador pessoal, há 30 anos. A computação e a tecnologia evoluíram muito desde então.

Para começar, a BIOS possui apenas 1024 KB de espaço de execução. Isso significa quase nada em um mundo em que terabytes de dados são transferidos simultaneamente na rede mundial de computadores. A BIOS também é responsável pela inicialização dos dispositivos.

Na época da criação desse importante software, o número de periféricos onboard não chegava à metade da quantidade de hoje. Ou seja, o processo de inicialização dos dispositivos é mais demorado devido à quantidade de periféricos e também ao espaço limitado que a BIOS tem para executar suas instruções.


Outro fator que merece atenção é a segurança. Na situação atual, a BIOS não oferece muita proteção ao sistema. É possível apenas inserir uma senha para que outros usuários não consigam acessar as configurações de baixo nível do PC, o que exige a instalação de um software “extra”.

E o que a BIOS UEFI tem para oferecer?


As melhorias que a nova arquitetura da BIOS pode oferecer para o usuário são grandes. Não só a interface se torna mais intuitiva como os recursos de segurança foram revistos e ajustados. Além disso, os novos sistemas operacionais já estão sendo projetados para maior integração com a BIOS UEFI, a exemplo do Windows 8.

Esteticamente mais agradável


A principal mudança da BIOS UEFI está na interface com o usuário. Além de menus mais didáticos e opções mais claras, será possível utilizar o mouse para acessar as opções desejadas. Chega de ficar decorando atalhos e utilizando as setas direcionais para ter acesso às funcionalidades.

Além disso, outras cores poderão ser aplicadas para tornar o menu esteticamente mais agradável e destacar melhor informações como temperatura da CPU e frequência do clock, por exemplo.

 
BIOS UEFI da ASUS (Fonte da imagem: Reprodução / YouTube)

Acesso a aplicativos


Outra inovação na nova arquitetura da BIOS é a possibilidade de acessar aplicativos que permitam navegar na internet, acessar emails e atualizar o software sem a necessidade de iniciar o sistema operacional. Dessa maneira fica mais fácil solucionar problemas no SO ou fazer uma varredura a procura de vírus no disco.

Maior integração pré-SO


Interagir com o sistema antes mesmo de sua inicialização não é exatamente uma novidade, porém a UEFI promete oferecer tal interatividade com uma aparência bem mais elegante e com maior flexibilidade para o usuário. A ideia é que, mais tarde, a arquitetura UEFI permita a utilização de várias ferramentas baseadas na web.

Boot mais rápido


A utilização de discos SSD e de maior espaço de execução para BIOS permitirá que a inicialização dos dispositivos plugados à placa-mãe seja muito mais veloz do que a que ocorre hoje. Além disso, a atualização do software que dá o pontapé inicial no computador diminuirá consideravelmente as configurações manuais necessárias ao conectar um novo dispositivo à máquina.

Isso acontece porque o reconhecimento dos novos aparelhos poderá ser automático, uma vez que a BIOS contém as instruções para as placas e dispositivos mais atuais, como placas de vídeo e placas de som.

 
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)

Windows 8


A tendência é que os novos sistemas sejam desenvolvidos pensando na BIOS UEFI, o que pode oferecer maior integração do SO com a arquitetura. Dessa forma, a inicialização de algumas funcionalidades do sistema pode ser mais rápida, ou mesmo facilitar o acesso a aplicativos e ferramentas instaladas no computador pela BIOS.

Um bom exemplo disso é o Windows 8. Em sua conferência BUILD, a Microsoft falou dos benefícios em rodar seu novo sistema operacional em um computador com arquitetura UEFI. Embora tenham surgido diversas especulações de que o SO não rodaria em PCs com placa-mãe que tivesse a BIOS “comum”, os testes feitos  pelos próprios usuários provou que tudo não passou de boatos.

Quase no mercado


Ainda não é possível comprar placas-mãe com a nova arquitetura de BIOS, porém diversos fabricantes já anunciaram o lançamento de componentes com a UEFI. É o caso da ASUS, que mostrou a série M5A99/97 na Computex 2011.


A MSI não ficou para trás e mostrou para o público a Z68A-GD80, placa-mãe que conta com toda a modernidade de uma BIOS UEFI e também com a tecnologia PCI Express 3.0. Nenhum dos fabricantes anunciou quando seus componentes estarão presentes no mercado, mas é certo que logo poderemos conferir de perto do que a nova arquitetura é capaz.

Ao longo das três décadas, muitas deficiências da BIOS atual foram notadas. Por isso, as expectativas para a utilização da nova arquitetura são grandes, uma vez que ela veio com o intuito de transpor as principais barreiras atuais.

A atualização da BIOS pode fazer com que o usuário quase nem precise acessar as configurações pré-SO para que algum dispositivo seja reconhecido pela placa-mãe. E caso isso seja necessário, a nova interface deve tornar o uso da BIOS UEFI bem mais simples, mesmo para quem é leigo no assunto.

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