sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Os múltiplos poderes do Blu-ray

 
É incrível a rapidez que uma tecnologia leva hoje para se tornar popular e conseguir sua maturidade em tão pouco tempo. No mercado brasileiro há cinco anos, os primeiros Blu-ray players eram lentos, ruidosos e mal conseguiam reproduzir todos os discos lançados na época, especialmente se tivessem dupla camada ou efeitos especiais mais avançados. Um ano depois, chegou a segunda geração de aparelhos com interface HDMI versão 1.3, a qual permitiu a instalação de apenas um cabo para o tráfego dos codecs de áudio HD – Dolby TrueHD e DTS-HD.
Ainda em 2008, a terceira geração de Blu-ray trouxe modelos com hardware perfil 1.1, cuja principal atração era o Bonus View, para ver conteúdos adicionais como o storyboard das cenas, numa janela no canto da tela enquanto o filme está em andamento. A partir daí, o processo evolutivo dos players foi acelerado com o perfil 2.0, que agregou conector LAN (RJ-45) e memória interna de 1MB (alguns modelos ainda permitem plugar um pen-drive via USB). Essas características tornaram viável o uso do recurso BD-Live, possibilitando o acesso a um servidor do estúdio na internet, onde estejam armazenados trailers, imagens, jogos interativos e conteúdos adicionais do título reproduzido.
Com isso, logo vieram os players com acesso restrito à internet, por meio de aplicativos de redes sociais – YouTube, Picasa e Twitter – e site de meteorologia. A busca por filmes, fotos e músicas guardadas em PC e portáteis certificados DLNA e a conectividade WiFi – integrada ou através de adaptador USB-wireless opcional (dongle) - também se tornaram presentes nos aparelhos. Hoje, quase todos os Blu-ray players dos principais fabricantes incluem essas funcionalidades.
TENDÊNCIAS: 3D E SMART TV
A bola da vez está com os aparelhos compatíveis com discos 3D e dotados de conexão HDMI v1.4, para o tráfego desse sinal. O novo top de linha da Samsung (BD-D6500) é capaz de converter imagens 2D para 3D, sendo uma alternativa interessante a ser utilizada com TVs 3D sem esse tipo de recurso.
Mas a tendência caminha para o conceito Smart TV, que num primeiro momento se destacará nos aparelhos mais sofisticados, trazendo em uma plataforma única e simplificada várias funcionalidades presentes antes de maneira fragmentada em televisores. É o caso do acesso irrestrito a sites na web, rede DLNA, WiFi N (de maior velocidade e alcance), além de aplicativos de redes sociais que convidam o espectador a interagir mesmo durante as sessões de filmes.
Outra novidade que segue como tendência nos Blu-ray players é o comando de suas funções a partir de iPhone, iPod Touch ou um smartphone com sistema Android. Basta ter uma simples rede WiFi em casa para controlar o aparelho pela tela do seu gadget, inclusive a partir de outras áreas da residência.
A Sony foi a primeira a oferecer gratuitamente na Apple Store o seu aplicativo BD Remote, compatível com os players e kits com conectividade WiFi Ready. A Samsung disponibilizou na loja virtual Android Market seu software Remote Control, para operar sua nova linha de TVs 3D e players com a plataforma Smart Hub. O aplicativo conta com uma espécie de teclado, que favorece a digitação nos sites.

A LG, em seu encontro anual de lançamento de produtos, e a Philips, na convenção mundial realizada em março, em Barcelona, mostraram soluções semelhantes para transformar o smartphone num controle remoto de amplo alcance e estudam oferecer em breve no Brasil.
ÁUDIO HD
Todos os Blu-ray players são capazes de identificar os codecs de áudio Dolby TrueHD, Dolby Digital Plus, DTS-HD Master Audio e DTS-HD High Resolution (Bitstream Out). Feita essa etapa, o player envia o sinal a um receiver dotado desses processadores, para decodificação do formato. No caso do DTS-HD MA, a superioridade em detalhamento é de até dez vezes sobre o Dolby Digital convencional.
Alguns players vão além, ao fazer o trabalho de decodificação dos codecs HD. Essa solução é usada por consumidores que não pretendem substituir seu receiver ou controlador de AV relativamente antigo, por outro de última geração. Como a informação dos decoders nem sempre é exibida de maneira explícita, basta verificar a existência de seis ou oito saídas analógicas de áudio (RCA), para se constatar que o aparelho possui decoders internos.
COMO ESCOLHER
• Internet: com o advento dos televisores conectados, vários fabricantes decidiram levar o mesmo recurso para os Blu-ray players. Se o seu TV oferece acesso à internet, não há a necessidade do player ter o mesmo recurso.
• Conectividade: os players 3D lançados hoje trazem interface HDMI versão 1.4, que trafega tanto o sinal Full-HD em 3D quanto os codecs de áudio HD. A porta Ethernet está presente em modelos que se conectam a redes DLNA e à internet – seja para o acesso a sites ou a função BD-Live. A conectividade WiFi já faz parte dos players mais acessíveis, porém alguns exigem a ligação de um adaptador wireless na entrada USB. Certifique-se da presença do acessório na embalagem. Se isso não ocorrer, verifique a disponibilidade com o fabricante, pois certos modelos são realmente difíceis de ser encontrados no mercado.
• Compatibilidade: muitos dos players atuais são compatíveis com vídeos em HD nos padrões DivX HD, H.264, AVI, MPEG4, AVCHD e MKV. A diferença costuma ser a maneira de reproduzi-los: a maioria dos aparelhos consegue ler esses arquivos em discos e USB, enquanto os mais modernos os buscam em redes DLNA – através de cabo ou WiFi.
• Rapidez na leitura: o longo tempo de carregamento dos discos ainda pode afetar players que tentam reproduzir filmes com recursos mais elaborados de autoração. Antes de adquirir um modelo, procure levar ao ponto de venda um filme de superprodução recente e carregado de efeitos especiais e verifique se o conteúdo é iniciado em menos de dez segundos.
BLU-RAY NO COMPUTADOR
Assim como aconteceu com o formato DVD, o Blu-ray também está disponível em vários produtos. Seja em notebooks, media centers, home theater in-a-box ou videogame, o leitor de laser azul há tempos deixou de ser exclusividade de players de mesa. Os critérios de escolha variam de acordo com a proposta do aparelho. Em um computador ou media center, deve-se levar em conta o processador utilizado (no mínimo um Intel Core i3 ou AMD Phenom X3), a memória (4GB) e a especificação da placa gráfica, se dedicada (melhor) ou integrada.
No território dos computadores e dos notebooks, a variedade de opções estimula a queda de preço e facilita a escolha. A LG e a Sony saíram na frente com seus notebooks 3D, que impressionam os aficionados por games. Para filmes, a telona continua a ser a melhor alternativa quando se busca maior sensação de imersão e tridimensionalidade. Isso não é problema para os notebooks que se conectam a qualquer TV ou projetor através de HDMI.
Para quem encara o drive de Blu-ray essencialmente para trabalho e entretenimento nas horas de lazer, o desktop all-in-one da HP (Omni 200-5330br), com tela wide de 21,5", tem configurações que não decepcionam. Haja vista seu processamento Core i5, memória de 4Gb e HDD de 750Gb.
A vantagem do drive de Blu-ray para computador é o seu funcionamento mais rápido e preciso. Pode ser facilmente atualizável para ler discos 3D e agregar diversos recursos e conectividade. Por outro lado, boa parte dos players de mesa utiliza processadores e filtros internos que aprimoram a definição da imagem, minimizando ruído e outras imperfeições.
MEDIA CENTERS
Os aparelhos desse tipo não se limitam a reproduzir discos Blu-ray. Alguns, como os modelos da Converge e da Munddo, começam a oferecer gravador de Blu-ray, permitindo ao usuário fazer cópias idênticas, com a ajuda de softwares apropriados e legítimos, diretamente para o seu disco rígido. Não é por acaso que a capacidade de armazenamento e processamento dessas centrais de entretenimento tem aumentado gradativamente nos últimos anos. O DHC Premium da SMS, por exemplo, possibilita a instalação de até dez HDDs de 1 Terabyte cada, enquanto o top de linha da Converge possui chip Intel Core i7 e memória de 8GB.
Qualquer media center pode ler discos 3D, desde que atualizações sejam feitas com uma placa gráfica preparada para tal funcionalidade. A linha de media centers da Converge e o AsRock trazem saída HDMI v1.4. Assim como o AsRock, o Dell Zino HD é uma opção com design compacto (20x20cm) e diferenciado – em até quatro opções de cor. Todos os modelos têm placa de áudio com certificado THX e capacidade de reprodução dos novos codecs em até 7.1 canais.
PLAYSTATION 3
Além de ser o primeiro videogame com leitor de Blu-ray no mundo, o Playstation 3 é notoriamente um dos principais responsáveis pelo sucesso do formato de laser azul. O console, que está em sua segunda geração, é capaz de reproduzir conteúdos 3D e inclui disco rígido interno de 160GB para armazenar jogos, filmes, fotos e músicas. A conectividade WiFi possibilita navegar em qualquer site na web, enquanto o protocolo DLNA o habilita a buscar arquivos contidos em PC ou portáteis certificados. O controle sem fio (Bluetooth) facilita a jogabilidade no game da Sony.
*Adaptação de um texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL

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