Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/01/2012
O primeiro desses robôs cientistas tem capacidade para fazer 500 culturas de células por mês, e será usado para testar a eficácia de fármacos, novas moléculas candidatas a se tornarem medicamentos.[Imagem: Fraunhofer IPM]
Os robôs já estão fazendo ciência há algum tempo.
E, como sempre se espera dos robôs, também esses robôs cientistas estão se tornando mais espertos a cada dia.
Cientistas e engenheiros alemães se uniram para criar um robô-biólogo que não apenas automatiza totalmente o processo de cultivar células em laboratório, como analisa as culturas e insere os resultados no computador.
Esta é a tarefa mais comum, mas também a mais demorada, em todos os laboratórios de ciências biológicas.
Cultivando células
A automação do processo de cultivar células tem inúmeras utilidades.
Por exemplo, o genoma humano já foi decodificado. Contudo, muitas questões continuam em aberto.
Nós sabemos que o genoma fornece uma espécie de projeto para várias proteínas. Mas qual é o papel dessas proteínas? Quais delas controlam a divisão celular em um corpo saudável? E o que acontece com elas quando se forma um tumor?
Para tentar responder essas e muitas outras perguntas, é necessário cultivar células em laboratório.
Como em todo cultivar, tudo começa com algumas células-semente colocadas sobre um disco de Petri. Regue então com os nutrientes adequados, no tempo adequado, e acompanhe regularmente para ver se a cultura está crescendo como esperado.
A colheita é feita com pipetas, que transferem as células para um novo recipiente, onde começa sua análise propriamente dita.
O novo robô, criado pela equipe do Dr. Albrecht Brandenburg, faz tudo isso sozinho e com total precisão e cuidado. O Dr. Brandenburg o chama de "fábrica de células".
Robô modular
O robô é formado por um conjunto de módulos, formando um laboratório inteiro, mas totalmente automatizado.
"Um microscópio inspeciona regularmente as células para avaliar o estado e o crescimento das culturas. O robô transfere os discos de Petri para a platina do microscópio, focaliza, troca as lentes e ativa as fontes de luz necessárias. Todo o sistema óptico é projetado para suportar e operar em condições de alta umidade que as células necessitam," explica o Dr.Brandenburg.
Entra então o grande avanço do novo robô cientista: ele "olha" as culturas e relata suas observações aos pesquisadores, que poderão então se concentrar naquilo que é mais importante.
"Os resultados da análise microscópica alimentam um sistema de controle, uma capacidade nunca vista em sistemas automatizados de cultivo de células," diz o pesquisador.
O primeiro desses robôs cientistas, instalado no Instituto Max Planck, também na Alemanha, tem capacidade para fazer 500 culturas de células por mês, e será usado para testar a eficácia de fármacos, novas moléculas candidatas a se tornarem medicamentos.
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