Os criadores Fillipe Norton, à esquerda, e Márcio Vicente, à direita (Foto: Mila Cordeiro/Divulgação)
Os responsáveis pela criação do serviço lançado há pouco mais de um mês
e que conta com, aproximadamente, 30 mil acessos diários, são Fillipe
Norton e Márcio Vicente, ambos de 22 anos e estudantes de Ciências da
Computação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).A ideia surgiu em 2012, quandos os amigos conversavam sobre a elaboração de um mecanismo colaborativo que tivesse apelo social e pudesse de fato ajudar as pessoas.
“A todo momento a gente ouve sobre o grande número de crimes que acontecem em muitas cidades do Brasil, então achamos que seria legal criar um site para mapear estes crimes e incentivar a população a compartilhar essas informações”, explica Norton.
A partir de então, os criadores deixaram uma página no ar para colher feedbacks e fizeram um planejamento prévio, interrompido por causa da volta às aulas. O desenvolvimento do projeto em si levou três meses. Tudo foi custeado pelos próprios jovens, que tinham como principal preocupação fazer uma ferramenta fácil de usar, útil e que mostrasse as informações da forma mais clara e objetiva possível.
Onde Fui Roubado, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução no site OndeFuiRoubado.com.br)
Ao que tudo indica, este objetivo foi alcançado em pouco tempo de
existência. O Onde Fui Roubado possui registros em mais de 260 cidades, o
que mostra a sua popularidade. Agora, porém, o maior foco de atenção
são as denúncias falsas. Os trolls estão por toda a parte na
Internet, e não é diferente no serviço. Já é possível encontrar
ocorrências de “roubo do coração” e afins. Elas são apagadas pouco tempo
depois pelos rapazes, atentos aos cliques.“Pensamos em alguns bloqueios, como não permitir que sejam feitas muitas denúncias de um mesmo computador, em determinado intervalo de tempo. Combater isso tem sido um desafio, mas o número é bem pequeno comparado ao de denúncias com conteúdo relevante”, afirma Fillipe Norton.
Em breve também serão implementados recursos que permitam aos próprios usuários denunciar registros falsos, o que aumentará a interatividade com os visitantes.
Estatísticas em tempo real
Um dos aspectos mais interessantes do portal são as estatísticas geradas em tempo real. Os dados mostram gênero das vítimas, objetos roubados e tipo de assalto mais frequente (à mão armada, furto, assalto coletivo etc). Até o momento, a cidade campeã de denúncias é Fortaleza (878 casos), seguida de São Paulo (743), Belo Horizonte (603), Curitiba (475) e Recife (324).
Mapa e estatísticas de Fortaleza, cidade com maior número de ocorrências (Foto: Raquel Freire)
As informações disponibilizadas no site não são úteis apenas para o
cidadão comum. Como grande parte das pessoas não formaliza queixa na
delegacia, o serviço tem potencial de traçar uma mapa mais realista da
violência em cada cidade, que pode ser usado por órgãos de segurança
pública no planejamento de medidas preventivas, por exemplo.Segundo Norton, algumas pessoas da área já iniciaram comunicação, mas de forma não oficial. “Fizeram contato para apoiar o desenvolvimento da ferramenta e conhecer mais sobre o site. Nós somos abertos a parcerias com os órgãos responsáveis pela segurança na cidade”.
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