terça-feira, 22 de novembro de 2011

Bill Gates é testemunha em processo de US$ 1 bi contra a Microsoft

Bill Gates foi testemunha nesta segunda-feira (21) em um processo antitruste de US$ 1 bilhão que acusa a Microsoft de enganar um concorrente antes do lançamento do Windows 95.
Vestindo um terno cinza e uma gravata amarela, Gates foi a primeira testemunha a depor enquanto advogados da Microsoft apresentavam o seu caso no julgamento que está em andamento no tribunal federal em Salt Lake City por cerca de um mês.
A Novell, baseada em Utah, processou a Microsoft em 2004, alegando que a empresa de Redmond violou as leis antitruste dos EUA por meio de seus acordos com outros fabricantes de computadores, quando lançou o Windows 95. A Novell diz que mais tarde foi forçada a vender o WordPerfect com um prejuízo de US$ 1,2 bilhão.

Jim Urquhart/Associated Press
Bill Gates chega a tribunal em Salt Lake City para testemunhar em processo da Novell contra a Microsoft
Bill Gates chega a tribunal em Salt Lake City para testemunhar em processo da Novell contra a Microsoft
A empresa argumenta que Gates mandou engenheiros da empresa a rejeitar o WordPerfect como um aplicativo para Windows 95 porque ele temia ser um programa bom demais. Depois disso, a fatia de mercado do WordPerfect despencou de quase 50% para menos de 10%, enquanto os próprios programas de escritório da Microsoft cresciam.
O advogado da Novell Jeff Johnson admitiu que a Microsoft não tinha a obrigação legal de fornecer acesso antecipado ao Windows 95 para que a Novell pudesse preparar uma versão compatível do WordPerfect. A Microsoft, porém, teria induzido a Novell a trabalhar em uma versão, apenas para retirar o suporte meses antes de o Windows 95 chegar ao mercado, disse Johnson.
O advogado da Microsoft David Tulchin disse que Gates decidiu contra a instalação do WordPerfect porque o programa ameaçava travar o Windows e não poderia ser corrigido a tempo para o lançamento. Ele argumentou que a oportunidade perdida da Novell é culpa da própria empresa, e que a Microsoft não tinha a obrigação de dar uma mão a um concorrente.
"A Novell nunca reclamou com a Microsoft", disse Tulchin na sexta-feira. "Não há nada nas provas, não há documentos."
Johnson mantém a versão de que a Novell foi enganada, em violação das leis federais antitruste. "Fomos esfaqueados nas costas", disse ele.
A Microsoft diz que as alegações são infundadas.
Na sexta-feira, o juiz Frederick Motz expressou dúvidas de que as reivindicações da Novell tenham mérito.

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