terça-feira, 13 de novembro de 2012

Aparelho para deficientes visuais pode guiar usuário pelo som

Um grupo de cientistas da Hebrew University, em Jerusalém, conseguiram desenvolver um conjunto de sensores que, ao estimular o córtex cerebral de pessoas cegas via estímulos auditivos, são capazes de fazê-las enxergar e distinguir formas de objetos e até letras. Na pesquisa, pacientes com deficiência visual congênita, que nunca enxergaram, tiveram o primeiro contato visual com o mundo ao seu redor via fone de ouvido. Os resultados da pesquisa foram publicados pela conceituada revista Neuron.
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Aparelho para deficientes pode guiar usuários pelo som (Foto: Reprodução)Paciente testa fones de ouvido que a permitem
enxergar (Foto: Reprodução)
Dispositivos de substituição sensorial (SSDs, na sigla em inglês), são equipamentos que tentam resgatar sentidos ausentes numa pessoa através de estímulos direcionados aos sentidos que ela dispõe. No caso da pesquisa dos cientistas israelenses, a ideia foi usar a capacidade auditiva dos pacientes para fazê-los enxergar. No caso desse experimento, as pessoas que testaram o equipamento usaram uma pequena câmera, conectada a um pequeno computador (ou até smartphone) e fones de ouvido.
O princípio de funcionamento é o seguinte: a câmera capta as imagens que os olhos do paciente são incapazes de perceber. A informação visual é, então, decodificada pelo computador portátil através de um algoritmo especial e repassada aos fones de ouvido. Ao executar a imagem traduzida em som, o cérebro do paciente é capaz de reproduzir as formas, contornos e algum nível de detalhe daquilo que a câmera registrou.
De acordo com os resultados da pesquisa, os pacientes que testaram o equipamento registraram um nível de acuidade visual que supera o critério da Organização Mundial de Saúde para cegueira. O mais fascinante na pesquisa é que, de acordo com os cientistas, a imagem gerada no cérebro via estímulo auditivo não é diferente da equivalente criada com o uso do aparelho oftalmológico do corpo.
Tudo é possível porque o hardware e o software do dispositivo falam a “linguagem do cérebro”. Para que o cérebro do paciente esteja treinado a reconhecer formas via audição, segundo a pesquisa, bastam apenas 70 horas de treino. Há casos, segundo os resultados da pesquisa, de pacientes que foram capazes de distinguir texturas, posicionamento espacial de pessoas em relação a objetos, como paredes e portas e até expressões faciais.

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