Na semana passada a Nokia mostrou suas apostas para sair do buraco e, nessa, levar o Windows Phone de carona para o mainstream. Assim, espera colher dessa subida lucros e popularidade. Os novos Lumia 920 e 820 são sensacionais, mas farão todo esse sucesso?
Foi assim com a estreia da plataforma (Windows Phone 7) no final de 2010, e mais uma vez com a grande atualização Mango (7.5) um ano depois, no final de 2011. Sucessos de crítica, ambas as versões apostavam em uma interface de usuário diferente, inovadora e, aos olhos de todos, agradável de se usar. Mas o tempo, bem maior que os poucos dias que as assessorias dão a jornalistas e especialistas para analisarem smartphones, mostrou que o sistema ainda carecia de refinamentos. Que os gargalos apareciam depois de algumas semanas, de alguns meses. Com o Lumia 900, que pese os comentários maldosos, hoje ainda o flagship do Windows Phone, alguém resolveu parar de passar a mão na cabeça do sistema da Microsoft e, hey, já estava na hora mesmo.
Às vésperas de ser lançado, o Windows Phone 8 encontra um mercado menos receptivo. Essa é a terceira versão de uma plataforma que entrou atrasada na briga dos smartphones e, para piorar, representa uma ruptura com tudo o que a Microsoft fizera até então, o que deixará todo comprador de Windows Phone que já existiu na mão, com uma “atualização” limitada e fora do roadmap (ou da atenção) da Microsoft. Não há mais espaço para café com leite.
O Lumia 920 carregará um fardo pesado. Ele é a maior aposta de uma empresa que vem descendo a ladeira já faz alguns anos. A Nokia, que até meados da década passada era a maior força móvel do mundo, hoje vê seu valor diluir mais e mais, trimestre após trimestre. Uma má fase do mercado? Seria uma boa desculpa se suas concorrentes, especialmente Apple e Samsung, não estivessem lucrando como nunca antes, vendendo smartphones e serviços.
Não bastasse essa missão impossível, uma desastrada e irresponsável campanha de marketing para a câmera PureView do Lumia 920 dificultou ainda mais as coisas. A Nokia usou resultados de equipamento profissional em foto e filmagem como se tivessem sido feitos com o Lumia 920. Lógico que alguém descobriu e… bem, pegou mal. Muito mal. O PureView é um dos destaques do novo smartphone. Não tem os 41 MP do Nokia 808, equipamento onde a tecnologia estreou, mas possui um complexo esquema de lentes flutuantes que gera um eficiente sistema de estabilização ótica de imagens que, por sua vez, garante fotos claras e nítidas mesmo com baixa iluminação e vídeos com pouco tremido. O pior? Testes independentes mostram que o sistema de fato funciona como a Nokia promete. O desgaste à imagem do Lumia 920 foi absolutamente desnecessário. Ele instaurou um ar de desconfiança que eclipsou o próprio aparelho. Desde a tarde do anúncio não se fala do Lumia 920, fala-se da farsa dos vídeos institucionais da Nokia.
Para fechar, ninguém sabe quando o Lumia 920 (e o 820) sai. Ninguém sabe o preço. Quer comprar um? Aguarde enquanto assiste à Apple anunciar o novo iPhone e, sem nenhum medo de errar aqui, permite a sua compra no dia do anúncio, próxima quarta-feira (12). A pré-venda junto ao anúncio é algo crucial para o sucesso. Na empolgação da novidade, muita gente cede e acaba comprando. Isso também ajuda a manter as expectativas, não deixa que elas se afoguem no mar de incertezas que não dar uma data e um preço gera. A Amazon faz certinho: dois dias depois, anunciou a nova família de Kindle, todos com preço, data de lançamento e disponíveis para compra desde já.
Nos EUA, maior mercado de smartphones e onde a Nokia sempre teve uma
participação pífia, as operadoras exercem uma forte influência sobre as
escolhas dos consumidores. Se for do interesse, elas empurrarão Androids
e iPhones em detrimento do Windows Phone, não importa o quão bom for o
Lumia 920, ou Ativ S ou a (suposta) nova linha 8 da HTC.
Esse é só mais um obstáculo dentre os vários que Microsoft e Nokia
terão que superar para que o Windows Phone, lançado com a promessa de
ser o terceiro cavalo do páreo, finalmente alcance os outros dois.
Porque, até agora, ele parece ter empacado na largada e se recusa a sair
de lá.
Nokia Lumia 920 (Foto: Divulgação)
Pode parecer uma questão trivial, do tipo que dispensa elucubrações
como a que fazemos agora. Afinal, o senso comum leva a crer que o que é
bom faz sucesso e, por consequência, eleva o moral e deixa no azul sua
criadora. Por outro lado, o próprio Windows Phone mostra que na prática a
teoria é outra e que um bom produto não garante absolutamente nada.Foi assim com a estreia da plataforma (Windows Phone 7) no final de 2010, e mais uma vez com a grande atualização Mango (7.5) um ano depois, no final de 2011. Sucessos de crítica, ambas as versões apostavam em uma interface de usuário diferente, inovadora e, aos olhos de todos, agradável de se usar. Mas o tempo, bem maior que os poucos dias que as assessorias dão a jornalistas e especialistas para analisarem smartphones, mostrou que o sistema ainda carecia de refinamentos. Que os gargalos apareciam depois de algumas semanas, de alguns meses. Com o Lumia 900, que pese os comentários maldosos, hoje ainda o flagship do Windows Phone, alguém resolveu parar de passar a mão na cabeça do sistema da Microsoft e, hey, já estava na hora mesmo.
Às vésperas de ser lançado, o Windows Phone 8 encontra um mercado menos receptivo. Essa é a terceira versão de uma plataforma que entrou atrasada na briga dos smartphones e, para piorar, representa uma ruptura com tudo o que a Microsoft fizera até então, o que deixará todo comprador de Windows Phone que já existiu na mão, com uma “atualização” limitada e fora do roadmap (ou da atenção) da Microsoft. Não há mais espaço para café com leite.
O Lumia 920 carregará um fardo pesado. Ele é a maior aposta de uma empresa que vem descendo a ladeira já faz alguns anos. A Nokia, que até meados da década passada era a maior força móvel do mundo, hoje vê seu valor diluir mais e mais, trimestre após trimestre. Uma má fase do mercado? Seria uma boa desculpa se suas concorrentes, especialmente Apple e Samsung, não estivessem lucrando como nunca antes, vendendo smartphones e serviços.
Não bastasse essa missão impossível, uma desastrada e irresponsável campanha de marketing para a câmera PureView do Lumia 920 dificultou ainda mais as coisas. A Nokia usou resultados de equipamento profissional em foto e filmagem como se tivessem sido feitos com o Lumia 920. Lógico que alguém descobriu e… bem, pegou mal. Muito mal. O PureView é um dos destaques do novo smartphone. Não tem os 41 MP do Nokia 808, equipamento onde a tecnologia estreou, mas possui um complexo esquema de lentes flutuantes que gera um eficiente sistema de estabilização ótica de imagens que, por sua vez, garante fotos claras e nítidas mesmo com baixa iluminação e vídeos com pouco tremido. O pior? Testes independentes mostram que o sistema de fato funciona como a Nokia promete. O desgaste à imagem do Lumia 920 foi absolutamente desnecessário. Ele instaurou um ar de desconfiança que eclipsou o próprio aparelho. Desde a tarde do anúncio não se fala do Lumia 920, fala-se da farsa dos vídeos institucionais da Nokia.
Para fechar, ninguém sabe quando o Lumia 920 (e o 820) sai. Ninguém sabe o preço. Quer comprar um? Aguarde enquanto assiste à Apple anunciar o novo iPhone e, sem nenhum medo de errar aqui, permite a sua compra no dia do anúncio, próxima quarta-feira (12). A pré-venda junto ao anúncio é algo crucial para o sucesso. Na empolgação da novidade, muita gente cede e acaba comprando. Isso também ajuda a manter as expectativas, não deixa que elas se afoguem no mar de incertezas que não dar uma data e um preço gera. A Amazon faz certinho: dois dias depois, anunciou a nova família de Kindle, todos com preço, data de lançamento e disponíveis para compra desde já.
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