O iPhone mudou tudo. E quando falamos isso, não se trata do novo iPhone 5
lançado na última quarta-feira. O primeiro iPhone já fez isso. Ele é um
organizador pessoal, uma plataforma de jogos, um navegador web
completo, e claro, um telefone celular. Com a AppStore, ele também se
tornou a plataforma de desenvolvimento que dá a oportunidade para que
desenvolvedores independentes possam competir mundialmente com grandes
produtoras de software e colocar todo tipo de app nas mãos de seus
usuários.
O primeiro grande sucesso da empresa foi o Apple II (1977), depois veio o iPod (2001), o iPhone (2007) e por último o iPad (2010). Em meio a todos os produtos da Apple que fizeram sucesso o iPhone se destaca, seja pela mudança que causou no mercado de smartphones, na própria Apple ou pela revolução que introduziu na vida das pessoas.
Entre o lançamento desses grandes sucessos outros produtos também ganharam fama como o PowerBook G3 (1998), iMac (1998), o iBook (1999), MacBook (2006), MacBook Air (2010) e vários outros que em alguns casos, eram até mesmo programas. Para ser justo e lembrar que não só de sucesso vive a Apple, é importante mencionar também os fracassos como o Apple III (1980), Apple Lisa (1983), Apple Newton (1993), QuickTake (1994) e Apple Pippin (1996).
Em 9 de janeiro de 2007, talvez por causa da iminência do lançamento do iPhone, a empresa mudou sua denominação, retirando a palavra “Computer” do nome. Assim deixou de ser Apple Computer, Inc. para se tornar apenas Apple Inc. e mostrar a sua expansão além de seu foco tradicional em computadores pessoais, entrando também no mercado de eletrônicos de consumo.
A revolução causada pelo lançamento do iPhone no ano de 2007 também mudou a Apple no decorrer dos anos seguintes. Mesmo nunca tendo fabricado um único telefone, depois de lançar o iPhone a empresa passou a fazer parte do grupo de maiores vendedores de smartphones, e subiu nesse ranking deixando para trás algumas empresas tradicionais do segmento.
Embora já existissem smartphones e telas touchscreen na época do lançamento do iPhone, nenhum deles tinha uma interface fácil de usar e uma tela com uma resposta ao toque tão boa quanto a do iPhone. Qualquer um dos smartphones da época poderiam ter tido o sucesso que o celular da Apple, mas não tiveram. Então, o que levou um aparelho novo no mercado a se tornar campeão de vendas e referencia em tão pouco tempo?
O grande mérito da Apple foi conseguir entregar nas mãos de seus compradores um hardware poderoso, com um sistema operacional fácil de usar e que explorava ao máximo as possibilidades de uma tela com suporte a toques, além disso, a responsividade da tela touch do iPhone sempre foi ótima, resultado de um bom software afinado com o hardware. Essa característica da tela, alias, foi um dos recursos do aparelho que mais demorou para ser igualada pelos concorrentes.
O mais interessante em relação ao alvoroço causado pelo lançamento do primeiro iPhone e suas versões seguintes é que, tecnicamente ele era considerado inferior em alguns quesitos de hardware, se comparando com os concorrentes da época, fato que foi citado diversas vezes por publicações técnicas e alguns especialistas, mas isso não evitou que o produto se tornasse um sucesso de vendas.
Ainda que o lançamento do iPhone tenha mudado o mercado e a própria Apple, o ponto mais importante desse sucesso é justamente o impacto causado na vida das pessoas. A primeira grande mudança foi fazer pessoas comuns e com pouco conhecimento tecnológico se acostumaram a usar um aparelho que só funcionava através de toques na tela.
Depois veio a AppStore, a loja de aplicativos com apps para diversas funcionalidades (algumas até com utilidade duvidosa) do dia a dia. O sistema operacional do aparelho, chamado inicialmente de iPhoneOS e depois renomeado para iOS, foi pioneiro em transformar a experiência de usar um smartphone em algo trivial e intuitivo. Assim, a cada nova versão do aparelho e do iOS, ações como jogar, fotografar, ouvir música, fazer videoconferência, conectar-se a redes sociais, navegar, olhar e-mails, bater papo, postar fotos e vídeos, gerenciar compromissos e tantas outras atividades, tornaram-se fáceis e rotineiras, impulsionadas principalmente pela simplicidade de uso do smartphone da Apple.
O iPhone também foi feito pensando em ajudar qualquer pessoa a usá-lo sem complicações. Dentre as pessoas mais beneficiadas pelo extrema preocupação da Apple em produzir um aparelho completo, estão as que tem deficiências, principalmente sensoriais. O iPhone traz uma série de recursos de acessibilidade que ajudam essas pessoas a usá-lo sem grandes dificuldades, simplificando suas vidas e consequentemente ampliando suas perspectivas. O recurso é tão importante que o cantor Stevie Wonder chegou a agradecer a Jobs e sua empresa por “enfrentarem o desafio de fazer sua tecnologia algo acessível a todos” e ainda completou afirmando: “Porque não há nada no iPhone ou no iPad que vocês possam fazer que eu não possa”.
É verdade que pouco tempo depois, boa parte dessas ideias migraram para outros aparelhos, mais aí já é uma outra história. Alias, algumas idéias, como o desenho de alguns aparelhos e a própria interface de alguns sistemas operacionais móveis atuais, querendo ou não, são cópias do que foi feito no iPhone. Isso se deve mais ao fato do aparelho ser líder em seu segmento e assim forçar seus concorrentes a segui-lo.
A influência do sucesso do iPhone se tornou tão visível que começou a aparecer em conferências. Em uma apresentação feita por Mary Meeker do Morgan Stanley na Web 2.0 Summit em 2009, foi exibido um gráfico que demonstrava o crescimento do trafego de dados na rede 3G da AT&T por causa do uso do iPhone. De acordo com esse gráfico, o movimento havia crescido quase 5.000% desde o lançamento do iPhone em 2007.
A explicação para o sucesso do iPhone poderia ser atribuída simplesmente ao cuidado que Steve Jobs sempre teve com pequenos detalhes e a sua busca pela perfeição, mas vai muito além disso. Antes do lançamento o iPhone os smartphones que existiam eram grandes, desengonçados e complicados de usar. Foi diante de um cenário desses que a Apple entrou com um produto que resolvia os principais defeitos desse tipo de telefone e conseguiu criar uma legião de fãs do aparelho.
O iPhone e suas múltiplas funcionalidades apresentado por Steve Jobs em 2007 (Foto: Reprodução/Rossel)
É difícil afirmar como tudo isso aconteceu, como ele se tornou esse
sucesso que é hoje. Para entender esse fenômeno, é preciso voltar no
tempo e olhar cada detalhe desde antes de seu lançamento. O começo de
tudo é a própria história da Apple, uma empresa cheia de produtos que
fizeram sucesso, alguns pelas suas características técnicas, outros pelo
impacto que causaram na vida das pessoas e na maioria das vezes, pelos
dois aspectos.O primeiro grande sucesso da empresa foi o Apple II (1977), depois veio o iPod (2001), o iPhone (2007) e por último o iPad (2010). Em meio a todos os produtos da Apple que fizeram sucesso o iPhone se destaca, seja pela mudança que causou no mercado de smartphones, na própria Apple ou pela revolução que introduziu na vida das pessoas.
Entre o lançamento desses grandes sucessos outros produtos também ganharam fama como o PowerBook G3 (1998), iMac (1998), o iBook (1999), MacBook (2006), MacBook Air (2010) e vários outros que em alguns casos, eram até mesmo programas. Para ser justo e lembrar que não só de sucesso vive a Apple, é importante mencionar também os fracassos como o Apple III (1980), Apple Lisa (1983), Apple Newton (1993), QuickTake (1994) e Apple Pippin (1996).
Em 9 de janeiro de 2007, talvez por causa da iminência do lançamento do iPhone, a empresa mudou sua denominação, retirando a palavra “Computer” do nome. Assim deixou de ser Apple Computer, Inc. para se tornar apenas Apple Inc. e mostrar a sua expansão além de seu foco tradicional em computadores pessoais, entrando também no mercado de eletrônicos de consumo.
A revolução causada pelo lançamento do iPhone no ano de 2007 também mudou a Apple no decorrer dos anos seguintes. Mesmo nunca tendo fabricado um único telefone, depois de lançar o iPhone a empresa passou a fazer parte do grupo de maiores vendedores de smartphones, e subiu nesse ranking deixando para trás algumas empresas tradicionais do segmento.
Embora já existissem smartphones e telas touchscreen na época do lançamento do iPhone, nenhum deles tinha uma interface fácil de usar e uma tela com uma resposta ao toque tão boa quanto a do iPhone. Qualquer um dos smartphones da época poderiam ter tido o sucesso que o celular da Apple, mas não tiveram. Então, o que levou um aparelho novo no mercado a se tornar campeão de vendas e referencia em tão pouco tempo?
O grande mérito da Apple foi conseguir entregar nas mãos de seus compradores um hardware poderoso, com um sistema operacional fácil de usar e que explorava ao máximo as possibilidades de uma tela com suporte a toques, além disso, a responsividade da tela touch do iPhone sempre foi ótima, resultado de um bom software afinado com o hardware. Essa característica da tela, alias, foi um dos recursos do aparelho que mais demorou para ser igualada pelos concorrentes.
Steve Jobs lançando o iPhone em 2007 (Foto: Reprodução/Obama Packman)
Impossível não deixar de lembrar que todo o glamour da marca Apple
também ajudou a alavancar o produto no momento do seu lançamento.
Contudo, o estrondoso aumento de vendas que veio a seguir e a cada nova
versão do aparelho não poderia ser fruto apenas disso, mas sim de um
produto que ganhou a confiança e simpatia do público.O mais interessante em relação ao alvoroço causado pelo lançamento do primeiro iPhone e suas versões seguintes é que, tecnicamente ele era considerado inferior em alguns quesitos de hardware, se comparando com os concorrentes da época, fato que foi citado diversas vezes por publicações técnicas e alguns especialistas, mas isso não evitou que o produto se tornasse um sucesso de vendas.
Ainda que o lançamento do iPhone tenha mudado o mercado e a própria Apple, o ponto mais importante desse sucesso é justamente o impacto causado na vida das pessoas. A primeira grande mudança foi fazer pessoas comuns e com pouco conhecimento tecnológico se acostumaram a usar um aparelho que só funcionava através de toques na tela.
Depois veio a AppStore, a loja de aplicativos com apps para diversas funcionalidades (algumas até com utilidade duvidosa) do dia a dia. O sistema operacional do aparelho, chamado inicialmente de iPhoneOS e depois renomeado para iOS, foi pioneiro em transformar a experiência de usar um smartphone em algo trivial e intuitivo. Assim, a cada nova versão do aparelho e do iOS, ações como jogar, fotografar, ouvir música, fazer videoconferência, conectar-se a redes sociais, navegar, olhar e-mails, bater papo, postar fotos e vídeos, gerenciar compromissos e tantas outras atividades, tornaram-se fáceis e rotineiras, impulsionadas principalmente pela simplicidade de uso do smartphone da Apple.
O iPhone também foi feito pensando em ajudar qualquer pessoa a usá-lo sem complicações. Dentre as pessoas mais beneficiadas pelo extrema preocupação da Apple em produzir um aparelho completo, estão as que tem deficiências, principalmente sensoriais. O iPhone traz uma série de recursos de acessibilidade que ajudam essas pessoas a usá-lo sem grandes dificuldades, simplificando suas vidas e consequentemente ampliando suas perspectivas. O recurso é tão importante que o cantor Stevie Wonder chegou a agradecer a Jobs e sua empresa por “enfrentarem o desafio de fazer sua tecnologia algo acessível a todos” e ainda completou afirmando: “Porque não há nada no iPhone ou no iPad que vocês possam fazer que eu não possa”.
É verdade que pouco tempo depois, boa parte dessas ideias migraram para outros aparelhos, mais aí já é uma outra história. Alias, algumas idéias, como o desenho de alguns aparelhos e a própria interface de alguns sistemas operacionais móveis atuais, querendo ou não, são cópias do que foi feito no iPhone. Isso se deve mais ao fato do aparelho ser líder em seu segmento e assim forçar seus concorrentes a segui-lo.
A influência do sucesso do iPhone se tornou tão visível que começou a aparecer em conferências. Em uma apresentação feita por Mary Meeker do Morgan Stanley na Web 2.0 Summit em 2009, foi exibido um gráfico que demonstrava o crescimento do trafego de dados na rede 3G da AT&T por causa do uso do iPhone. De acordo com esse gráfico, o movimento havia crescido quase 5.000% desde o lançamento do iPhone em 2007.
Aumento do tráfego de dados na rede da AT&T por causa do iPhone (Foto: Reprodução/FINGERTIPS)
O iPhone atualmente é utilizado para diversas atividades e pessoas, e
ainda que algumas de suas funcionalidades tenham sido copiadas por
outros fabricantes, cerca de 84% dos usuários de iPhone disseram que
voltarão a comprar o modelo quando forem trocar o aparelho, em um estudo da consultoria GfK feito no Brasil e mais oito países.
Os usuários de iPhone nos Estados Unidos também estão mais satisfeitos
que as pessoas que possuem smartphones com Android, Windows e BlackBerry segundo uma pesquisa semestral feita pela empresa J. D. Power. Essas informações demonstram a dimensão do sucesso do aparelho e o peso que seu uso tem na vida de seus usuários.A explicação para o sucesso do iPhone poderia ser atribuída simplesmente ao cuidado que Steve Jobs sempre teve com pequenos detalhes e a sua busca pela perfeição, mas vai muito além disso. Antes do lançamento o iPhone os smartphones que existiam eram grandes, desengonçados e complicados de usar. Foi diante de um cenário desses que a Apple entrou com um produto que resolvia os principais defeitos desse tipo de telefone e conseguiu criar uma legião de fãs do aparelho.
Como eram os smartphones antes do lançamento do iPhone (Foto: Reprodução/Mobizoo)
A prova da revolução causada pelo lançamento do iPhone veio nos anos
seguintes, com o lançamento de aparelhos seguindo o padrão ditado pela
Apple: tela touch, poucos botões, teclado virtual, interface
simplificada e etc. Claro que não foram todos os fabricantes, alguns
preferiram continuar com os modelos complicados e pagaram o preço da
insistência, a Nokia foi um bom exemplo disso.
Como ficaram os smartphones tempos depois do lançamento do iPhone (Foto: Reprodução/Mobizoo)
O iPhone se tornou tão grande que hoje ele é o produto de maior sucesso da Apple e em 2011 já havia se tornado responsável pela metade do faturamento da Apple.
Isso transformou o aparelho em um dos principais focos da empresa e dos
concorrentes, o que pode ser observado desde o seu lançamento. De 2007
até os dias atuais, os aparelhos da mesma categoria do iPhone que são
lançados pelos fabricantes concorrentes apenas imitam ou tentam superar o
smartphone em alguma característica, vide as telas touch, o Android, o
suporte a videoconferência, as lojas de apps, os assistentes de voz, o
desenho dos aparelhos e tantas outros itens que estão aí para provar
isso.
iPhone tornou-se responsável por metade do faturamento da Apple (Foto: Reprodução/Business Insider)
Independentemente de quem está ganhando a batalha pelo mercado de
smartphones, a verdade é que para o bem ou para o mal, o iPhone tirou os
fabricantes da zona de conforto, a Apple do foco em computadores, e o
mais importante: transformou a vida de muitas pessoas, ajudando-as a
lidar com a tecnologia e viver melhor.
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