Esta é a locomotiva que poderá se transformar no primeiro trem-bala a vapor do mundo. [Imagem: SRI]
Maria-fumaça bala
Engenheiros da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, anunciaram os planos para construir a primeira locomotiva a vapor de alta velocidade.
E com um detalhe ambientalmente auspicioso: a locomotiva será neutra em termos de emissão de carbono.
O projeto, chamado Coalização para Ferrovias Sustentáveis tem um objetivo simples e direto: construir a locomotiva de passageiros mais limpa e de maior potência já feita, demonstrando a viabilidade dos biocombustíveis sólidos e da moderna tecnologia de locomotivas a vapor.
A iniciativa chama-se Projeto 130, uma referência à velocidade planejada para a "maria-fumaça bala": 130 milhas por hora, o equivalente a 209,2 km/h.
Biocarvão
A locomotiva será alimentada pelo que seus projetistas chamam de biocarvão, uma biomassa que passa por um processo de tratamento similar à torrefação do café.
O biocarvão têm a mesma densidade de energia e a mesma facilidade de manipulação que o carvão.
Mas, ao contrário do carvão, não possui metais pesados, produz menos cinza, fumaça e gases voláteis, e é neutro em emissão de carbono.
Segundo o projeto, a locomotiva a vapor de alta velocidade terá um custo de manutenção menor e consumirá menos combustível, além de apresentar vantagens de desempenho em relação às locomotivas diesel-elétricas atuais.
"Criar a primeira locomotiva neutra em carbono do mundo será apenas o início para esta tecnologia que, esperamos, será posteriormente usada para geração combinada de calor e eletricidade no mundo em desenvolvimento, assim como para a redução da dependência norte-americana do petróleo," disse Rod Larkins, um dos engenheiros do projeto.
Motor a vapor moderno
A tecnologia de motores a vapor foi posta de lado há quase um século.
Mas os engenheiros afirmam que, de posse do biocarvão, que lhes permitirá queimar um combustível sem impacto negativo para o meio ambiente, será possível alcançar uma potência significativamente maior em altas velocidades do que as locomotivas diesel-elétricas.
"Este projeto propõe um novo enfoque para o desenvolvimento de locomotivas, olhando para as tecnologias do passado para inspirar soluções para os desafios de sustentabilidade de hoje," disse Davidson Ward, da organização sem fins lucrativos SRI (Sustainable Rail International).
A SRI comprou de um museu uma locomotiva a vapor ano 1937, que será usada como plataforma de testes para a tecnologia de motores a vapor do século 21.
A locomotiva já recebeu o que os projetistas chamam de "restauração cosmética", e agora está sendo levada para uma ferrovia controlada para a SRI, onde serão feitos os testes de alta velocidade.
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